Análise Setorial

Cai intenção de fusões na indústria brasileira

ImageEm 2009, cerca de 57% das indústrias privadas de capital fechado pretendiam crescer nos próximos três anos por meio de aquisições. Em 2010, esse percentual baixou para 30%.

O setor industrial brasileiro está mais cauteloso em razão da crise mundial e está revendo seus planos de aquisição de empresas, segundo mostra o estudo International Business Report (IBR), feito pela Grant Thornton International. De acordo com a pesquisa, em 2009 57% das indústrias privadas de capital fechado ouvidas (100 em São Paulo, 25 no Rio de Janeiro e 25 em Salvador) afirmavam que pretendiam crescer nos próximos três anos por meio de aquisições. Em 2010, esse percentual baixou para 30%.

O IBR foi realizando no final do ano passado e ouviu mais de 7.200 empresas de 36 economias. "O setor de serviços, que engloba, entre outros, varejo, saúde, educação e logística, é quem está fazendo essas operações agora", explica Rogério Villa, sócio da Terco Grant Thornton, empresa de auditoria e consultoria. "A indústria sempre demora um pouco mais para realizar este tipo de negócio, pois exige muito mais investimentos", diz.

De acordo com Villa, em 2008, quando a economia estava crescendo em todo o mundo, a Terco Grant Thornton participou de 200 processos de avaliação de empresas para fins de fusão e aquisição. Em 2009, foram 120, apesar da crise. Em 2010, em janeiro foram 19 trabalhos e, em fevereiro, este número já deve crescer. "Neste ritmo, voltaremos ao patamar de 2008", acredita o executivo.

Não foram apenas as operações no Brasil que foram afetadas. O relatório mostra que, mundialmente, a intenção de fazer fusões e aquisições baixou de 37%, em 2009, para 26% este ano. De acordo com Mike Hughes, líder global de fusões e aquisições da Grant Thornton International, para as empresas que têm recursos este é um bom momento para aquisições. "A combinação de uma economia global mais estável e de empresas com avaliações relativamente mais baixas, deixam as oportunidades de aquisição nem mais interessantes", afirma.
 

Newsletter

Inscreva-se para receber nossa newsletter semanal
com as principais notícias em primeira mão.


    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *