Indústria bancária gastou R$ 19 bilhões em 2015 com TI; transações online ultrapassaram meios tradicionais pela primeira vez.
O CIAB Febraban – Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras é o principal evento de TI do setor financeiro da América Latina e acontece entre hoje e quinta-feira, em São Paulo. A importância da tecnologia nesse mercado é destacada pelos números da pesquisa divulgada recentemente pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), realizada pela Deloitte, apontando que as instituições bancárias brasileiras gastaram R$ 19 bilhões em TI no ano passado.
Setor bancário vai usar tecnologia para prever “calote”
Este investimento colocou o Brasil na sétima colocação entre os países com maiores gastos absolutos com TI no setor bancário, na comparação do Produto Interno Bruto (PIB). Do total, 44% foram destinados a softwares, 35% a hardwares e 20% em telecomunicações. A pesquisa destaca a inversão dos valores entre software e hardware, tendência sentida nos três anos anteriores e verificada em 2015.
Porém, o volume é menor que os registrados em 2013 e 2014, quando foram alcançados R$ 21 bilhões. Segundo o estudo, a queda é motivada pelo cenário econômico atual e a redução dos preços de alguns produtos de TI, além da maturidade tecnológica que os bancos já detêm, que reduzem a necessidade de investimento.
Isso não impede que os bancos mantenham a fama de vanguardistas de tecnologia no Brasil, destacado pelo ministro da Ciência, Inovação, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, que compareceu à aberturado evento. “Bancos são sinônimos de inovação, sendo a porta de entrada de novas tecnologias no país”, diz.
Transações bancárias online se tornam maioria
A tecnologia também abrange o usuário final. No universo de 54 bilhões de transações, o uso dos canais digitais chegou a 54% em 2015, passando pela primeira vez o total de operações realizadas por caixas eletrônicos e agências bancárias. No ano passado, 21% das transações foram realizadas pelos aplicativos enquanto 33% foram feitas pelo Internet Banking.
A diversificação dos canais e a preferência dos consumidores levaram à queda dos meios tradicionais, mas ainda mantém relevância, principalmente em relação a opção dos clientes em realizar transações mais complexas nesses locais.
A taxa de bancarização, ou seja, o alcance dos bancos à população, também subiu de 87% para 89,6%, reflexo da ampliação de canais de atendimento. Foram ouvidos 17 bancos com atuação no Brasil, representando 93% da indústria bancária do país.