Ponto de Vista

Como produzir Inteligência Empresarial?

Dados, Informação e Inteligência têm diferença? É sobre o que fala, neste artigo, Daniela Ramos Teixeira, especialista em Inteligência Empresarial e Marketing Estratégico.

Estive duas semanas atrás, em Goiânia, dando aulas no módulo Inteligência Empresarial e CRM num curso de MBA em Governança da Tecnologia da Informação.

Um dos assuntos que levantei para os alunos debaterem foi a diferença entre dados, informação e inteligência, citando exemplos para cada um deles.

Um exemplo de dado é uma tabela ou um gráfico. Dados são basicamente números, medidas, valores. Já a informação seria, por exemplo, a descrição, os comentários do que tem no gráfico. A informação é mais qualitativa. Outro exemplo de informação é uma notícia que pode ou não conter dados. De qualquer forma, ela continua sendo informação.

Mas onde entra a Inteligência Empresarial?

A inteligência apenas começa a fazer parte quando cruzamos esse dado (gráfico/ tabela) com aquela matéria sobre o concorrente que lemos na semana passada (informação) ou com a ‘insider information’ que conseguimos durante o bate-papo no café com um colega num evento.

Quando cruzamos os dados e a informação de várias fontes e fazemos a análise dessa ‘maçaroca’ – começamos a produzir a tão procurada Inteligência Empresarial que pode ser sobre o cliente, concorrente, parceiro, produto e por aí vai. Se vamos além e fazemos recomendações com cenários, temos a Inteligência Estratégica Antecipativa (IEA).

Outra informação para vocês: trabalhando, recentemente, num projeto de consultoria em Inteligência Competitiva para um gigante do Varejo, percebemos na fase do diagnóstico do projeto que as áreas entregam, basicamente, Dados e Informação Qualificada, não Inteligência.

E lendo uma matéria sobre BI (Business Intelligence) e as PMEs (Pequenas e Médias Empresas), tenho que concordar que o BI e a Inteligência
Empresarial/ Inteligência Competitiva são totalmente aplicáveis nas PMEs (pequenas e médias empresas) também e temos exemplos de empresas bem sucedidas – para mais
informações sobre o assunto, ler o artigo As Faces da Inteligência: como direcionar a sua organização e definir o perfil profissional.

Cruzando as minhas três fontes de informação (feedback dos alunos nas aulas, projeto de consultoria em Inteligência Competitiva e a matéria mencionada), a conclusão que chego é que temos muito trabalho pela frente não só junto às PMEs, mas também nas grandes empresas.

É importante que os profissionais de Marketing, Inteligência Competitiva, das áreas de Negócios e, também, de Tecnologia da Informação entendam a diferença entre dados, informação e inteligência, trabalhem em conjunto para produzir Inteligência Empresarial e saibam diferenciar as entregas não só das áreas internas, mas também dos serviços de consultoria em Inteligência Empresarial e Competitiva. Cito as empresas de consultoria porque, infelizmente, vejo várias empresas vendendo ‘inteligência’ quando na verdade o que ofertam é ‘informação’.

Esse é um passo decisivo para que a Inteligência Empresarial, no Brasil, alcance estágios de evolução mais avançados com processos, métodos e técnicas bem definidos – e o mais importante – implementados e trazendo resultados palpáveis para as empresas.

Obs.: o que acabei de fazer foi Inteligência – cruzei informações de três fontes, fiz uma breve análise e gerei uma recomendação.

Daniela Ramos Teixeira, diretora da REVIE Inteligência Empresarial, é especialista em Marketing Estratégico, Inteligência Empresarial e Competitiva. Em 2008, criou o Método REVIE (Rede de Valor para Inteligência Empresarial) – a Rede de Melhores Práticas para Marketing e Vendas.

Newsletter

Inscreva-se para receber nossa newsletter semanal
com as principais notícias em primeira mão.


    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *