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Compartilhamento de redes pode ser solução para telcos continuarem investindo em infra

Lidar com a dinâmica de investimentos maior que o crescimento das receitas é principal dificuldade das operadoras.

 

O VIII Seminário do TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas), que ocorreu ontem na cidade de São Paulo, teve como tema a “Agenda Positiva para o Crescimento”, buscando apresentar perspectivas para um mercado que cresce em níveis menores do que no passado. Em uma série de palestras com representantes de empresas geradoras de demanda para telecom, como Microsoft, MercadoLivre e Uber, companhias do setor e a Anatel, a conclusão é de que o Brasil apresenta como vantagem a alta competitividade, principalmente no setor móvel, com quatro grandes players em atuação (Vivo, TIM, Claro e Oi), mas que ainda é necessário investir em infraestrutura.

Para o analista-chefe do Banco Credit Suisse, Daniel Federle, a principal dificuldade do setor é a dinâmica de investimentos maior que o crescimento das receitas. “O interesse dos usuários em dados cresce cada vez mais, o que demanda maiores investimentos em infraestrutura para fornecer maior qualidade de serviços”, explica. “O problema é que isso não se reflete na receita das operadoras.” Para mudar esse cenário, ele aconselha uma política de investimentos visando à eficiência. “Vejo como tendência para os próximos anos o crescimento do compartilhamento de redes”, afirma.

O CEO da Nextel, Francisco Valim, possui o mesmo pensamento e diz que é fundamental investir em redes compartilhadas, principalmente para reduzir custos. Citando dados da Anatel, o executivo afirma que mais de mil cidades brasileiras não tem conexão móvel de qualidade e, para chegar nesses locais, ele sugere a parceria entre as teles. “Algumas das empresas que mais crescem no mundo, como o Uber, WhatsApp e Netflix, não possuem nenhum ativo. Será que não podemos fazer o mesmo?”

Anatel atrasa revisão de concessão de telefonia fixa para 2016

Já João Rezende, presidente da Anatel, diz que é preciso discutir o compartilhamento de redes e tentar diminuir os custos com investimento de infraestrutura das operadoras de telecomunicações. Segundo ele, há propostas da Oi, Claro e TIM para compartilhamento de rede, que devem ser trabalhadas no primeiro semestre de 2016.

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