Queda em indicador que avalia otimismo de empresários foi decorrente de piora na sensação de condições econômicas atuais e de perspectivas de futuro.
Os comerciantes da capital paulista diminuíram ainda mais o otimismo sobre a economia brasileira. É o que revela a nova retração do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Entre fevereiro e março, o indicador, que já havia recuado em 6% no mês anterior, voltou a apresentar queda, desta vez de 1,2%, e chegou aos 110,9 pontos. Trata-se do menor patamar desde agosto do ano passado, quando ficou em 110,1 pontos. Em comparação com os 121,8 pontos de março de 2013, o número atual é 8,9% inferior. O índice varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
A redução do indicador no mês foi percebida tanto por grandes como por médias e pequenas empresas. Para as de maior porte, com mais de 50 empregados, o ICEC recuou 1,3%, ao atingir 136,3 pontos em março. Já para as empresas com até 50 empregados, a variação negativa no período foi igual à média geral (-1,2%), chegando aos 110,3 pontos. Também houve retrações nos três grupos de atividade, em especial para o de não duráveis, que recuou 1,8% e chegou aos 111,1 pontos. O de semiduráveis ficou com 114,8 pontos, após cair 1,2%. Já o grupo de duráveis registrou a menor variação, de -0,2%, mantendo o indicador relativamente estável em 109,6 pontos.
Entre os subindicadores do ICEC, apenas o que avalia a propensão dos comerciantes para novos investimentos variou positivamente. O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) passou, entre fevereiro e março, de 101,1 pontos para 102,4 pontos – elevação de 1,3%. O número, no entanto, permaneceu próximo da neutralidade (100 pontos). Ainda que exista um descontentamento razoável para a situação de momento dos comerciantes, constatado pelo Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) – que variou -4,3% no mês, atingindo 86,5 pontos em março, diante dos 90,4 pontos do mês anterior –, há esperança dos comerciantes para o futuro próximo. Apesar da queda de 1,1% no período, o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) se manteve em nível alto, de 143,8 pontos neste mês, após os 145,4 pontos de fevereiro.
Para a área econômica da FecomercioSP, a alta persistente nos preços e o fraco desempenho da economia ainda passam certa insegurança quanto à manutenção do ciclo de consumo. Mesmo com avaliações ligeiramente menos otimistas também quanto ao futuro, o subindicador de expectativa ainda permanece em patamar elevado e a intenção para novos investimentos avançou em relação a fevereiro, sobretudo no quesito que mede a contratação de funcionários. Tudo isso pode indicar, ainda que tímida, uma recuperação no ritmo de crescimento das vendas em médio prazo, principalmente pelas datas comemorativas dos próximos meses e pela realização da Copa do Mundo.