Rede

CPQD quer ser centro de excelência em Open RAN

Novo laboratório aumenta esforços do CPQD na área de rede abertas e espera colocar País na vanguarda do 6G 

Uma das áreas que o Núcleo de Evolução Tecnológica do CPQD vai trabalhar é a conectividade e um dos focos do laboratório será a Open RAN. A própria sede da empresa é toda coberta por uma rede privativa 5G Open RAN, que já está sendo usada como base em diversos projetos desenvolvidos pela organização.

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Gustavo Correa Lima, gerente de Soluções de Conectividade do CPQD, explica que o local é o novo Centro de Competência Embrapii em Open RAN. “Essa infraestrutura funcionará como um laboratório vivo para o desenvolvimento de aplicações 5G e IoT. E será um dos espaços para a realização de testes de interoperabilidade e customização de soluções Open RAN para o mercado brasileiro”, enfatiza o executivo. 

A ambição do CPQD é se tornar um centro de interoperabilidade de infraestruturas de rede Open RAN, algo que ainda é pouco explorado mundo afora – Lima diz que há menos de 15 centros do tipo em todo o planeta. 

O plano é que o CPQD atue em quatro pilares: formação de mão de obra em parceria com academia e empresas; centro de pesquisa e desenvolvimento; associação com empresas para encontrar soluções de desafios; e atrair startups desse setor. 

O CPQD também tem um projeto importante de Open RAN com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). Lançado em agosto de 2021, dentro do Programa Prioritário em Informática (PPI) de Internet Avançada, o programa tem como responsável o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), seu propósito é habilitar o desenvolvimento de aplicações inovadoras. 

Na primeira fase do projeto, o foco é o desenvolvimento de software de controle e orquestração tanto dos recursos ópticos, IP e de rádio quanto dos recursos de nuvem necessários ao funcionamento fim-a-fim de uma rede 5G Open RAN. 

Também está prevista nesta fase a implantação de um testbed de rede privada 5G, que consiste em uma plataforma de experimentação, física ou virtual, que permite ao pesquisador realizar experiências em um ambiente seguro.  

Open RAN é demanda emergente 

Frederico Nava, diretor de Tecnologia e Novos Produtos do CPQD, afirma que o Open RAN é uma demanda global, mas que as operadoras ainda enfrentam desafios por conta das redes legadas. Segundo ele, contratos passados ainda prendem as teles aos seus fornecedores, o que impede a adoção do conceito de rede aberta. 

Por isso, a expectativa é que o 6G nasça em Open RAN. Quem puxa essa corrida é a japonesa Rakuten, mas operadoras globais também têm interesse. A própria rede Open RAN do CPQD utiliza tecnologia de fora, como forma de garantir a interoperabilidade com os recursos de hardware e software que sua equipe mesmo desenvolve. 

Outras iniciativas de conectividade 

Entre as aplicações em desenvolvimento no laboratório de conectividade, se destacam a operação remota de drones para captura de imagens em plataformas de petróleo, por exemplo, e a coleta e envio de dados de telemetria de um carro para uma plataforma de Inteligência Artificial das Coisas (AIoT) – como a Pailot, do CPQD. Este último utiliza a rede privativa 5G para conectar um carro sensorizado que passeia pela sede do CPQD coletando dados para uma startup do setor automobilístico. 

Por fim, ainda há um chip fotônico para redes ópticas de longa distâncias (acima de 2 mil quilômetros). Com capacidade para emitir dados a 1,2 Tbps, a intenção é atender cabos submarinos e conexões entre data centers. Segundo Lima, atualmente, as soluções atendem apenas 800 Gbps, o que mostra a capacidade da nova solução do CPQD. 

Ainda de acordo com ele, o projeto é uma iniciativa própria de inovação do CPQD que começou há três anos, então ainda não há lançamento comercial. Ainda há um trabalho de busca por clientes e intenção é mirar em empresas como a Padtec, por exemplo. Lima salienta que, com o crescimento exponencial da demanda por tráfego, é possível que o chip fotônico venha a ser usado em backbones no futuro. 

 

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