Segundo pesquisa global realizada pela IDC, a pedido da Nortel, 16% dos usuários corporativos são “hiperconectados”. Isso significa que eles usam, em média, sete equipamentos e nove aplicações para se comunicar enquanto fazem negócios. Tendência é que esse número chegue a 40% nos próximos cinco anos. Dados dimensionam o desafio futuro do CIO ao preparar a infra-estrutura das empresas para atender a esse novo perfil de usuário.
Dentro de cinco anos, cerca de 40% dos funcionários das empresas do mundo todo serão “hiperconectados”. Essa é a conclusão atingida por uma pesquisa realizada pela IDC a pedido da Nortel, desenvolvedora de soluções de comunicações. Atualmente o número de pessoas com esse perfil identificadas pelo estudo está em 16%. Em relação ao tema, a IDC levantou mais três perfis: os “cada vez mais conectados”, com 36%, os “passivamente online”, com 20%, e os “barebones”, com 28%. Para a realização da pesquisa foram entrevistadas 2.400 pessoas de 17 países.
Para a consultoria, hiperconectados são trabalhadores que usam no mínimo sete equipamentos para se comunicar tanto a trabalho como para questões pessoais, além de uma média de nove aplicativos como mensagens instantâneas, conferências via internet e redes sociais.
Ainda segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados se conectam de casa através de mais de um equipamento. Quase 80% daqueles que fazem isso têm entre 18 e 34 anos. A maior porcentagem dos hiperconectados está na região da Ásia-Pacífico, enquanto as parcelas mais baixas são encontradas no Canadá e nos Emirados Árabes.
Em torno de 50% dos pesquisados na Europa e no Oriente Médio afirmaram usar as mensagens instantâneas no trabalho, número duas vezes maior do que o registrado na América do Norte. Mais de uma entre três pessoas usam as redes sociais e as comunidades online como blogs, wikis e fóruns para se comunicar corporativamente, sendo que a prática é mais popular na região do CALA (Caribe e América Latina).
Quase uma em cinco pessoas que participou do estudo disse ter dificuldades de gerenciar meios múltiplos de comunicação. Os usuários nos setores financeiro e de tecnologia são os mais insatisfeitos com o modo como suas empresas fazem o gerenciamento dos vários sistemas de comunicação. Mais de 25% afirmaram que suas ferramentas são lentas e não-confiáveis.
A hiperconectividade varia por segmento, de 9% em Saúde a 21% em Financeiro e 25% em Tecnologia. Os hiperconectados estão razoavelmente felizes com seu equilíbrio trabalho/pessoal, mesmo usando seus equipamentos e aplicações para estes dois aspectos. Eles também estão dispostos a se comunicar a trabalho durante as férias, em restaurantes, na cama e até mesmo em locais de adoração (igrejas, templos, etc).
Quando perguntados que item levariam se tivessem que deixar suas casas por 24 horas ou mais, 38% dos participantes escolheram seu telefone celular antes da carteira, das chaves, do laptop e do MP3 player. Na verdade, menos de 30% escolheram a carteira. Na América Latina, mais de 50% elegeram o celular. Já os hiperconectados preferiram o laptop.
América Latina
Na América Latina, foram entrevistados 379 usuários comerciais do México, Brasil e Argentina. Foi constatado que a região está emergindo mais rapidamente, com o maior percentual de hiperconectados/cada vez mais conectados combinados em comparação com outras regiões – 64% da força de trabalho, em comparação com 59% no Pacífico Asiático, 50% na Europa e 44% na América do Norte.
O estudo sugere que o caminho para a hiperconectividade na região é fortemente influenciado pelo uso pessoal, impulsionado especialmente por atividades relacionadas ao entretenimento e compartilhamento de informações. A penetração em massa de telefones celulares (82% dos participantes que responderam) e o crescimento da base de usuários de laptops (57%) permitem entrever a possibilidade de aumento do uso desses dispositivos para se adaptar e conectar.
Empresas de tamanho médio (com mais de 100 e menos de 1000 funcionários) apresentam as maiores oportunidades. Portanto, um nível mais alto de “potencial de hiperconectividade” seria possível na Argentina (ou mesmo no Chile e Colômbia, não incluídos nesta pesquisa para a Nortel, mas com mercados demográficos similares) em comparação com mercados maiores, como Brasil e México, onde há um maior volume de pequenas e grandes empresas.
Uma alta densidade da força de trabalho urbana na América Latina também desempenha um papel fundamental nas tendências de conectividade. O aumento da complexidade da mobilidade física dentro de grandes cidades (ou seja, trânsito), assim como o aumento da força de trabalhadores remotos, cria a necessidade de dispositivos e aplicativos de acesso que permitam que esses trabalhadores alcancem os recursos corporativos a partir de vários locais.
“A adoção das comunicações unificadas na América Latina será fundamental para as empresas acompanharem essa dinâmica e poderem participar do mercado global”, diz Romina Adduci, diretora de Pesquisa e Consultoria em Telecom para a América Latina da IDC.
Lição de casa
Segundo a IDC, esse domínio da “Cultura da Conectividade” forçará as empresas a mudarem o jeito como fazem negócios. Até mesmo a força de trabalho global cada vez mais espera que seus empregadores ofereçam conectividade no estilo “em todos os lugares, o tempo todo”. Isso quer dizer que no futuro as corporações que não tiverem este tipo de recurso disponível terão dificuldades em disputar talentos no mercado.
Portanto, as empresas devem equipar suas redes para lidar com as demandas dessa nova geração. Elas precisam rever suas políticas de uso pessoal desses recursos, práticas de negócios, currículos de treinamento e políticas de suporte de TI para gerenciar o aumento da complexidade do ecossistema de conectividade corporativa.
“O desafio dos CIOs será desenvolver uma estratégia para introduzir uma comunicação unificada e implementar novas tecnologias incorporadas (SOA, serviços da web) que possam transformar uma chamada telefônica básica em um processo comercial inteligente, que não apenas complete a chamada, mas que também possibilite à empresa responder/reagir mais rapidamente”, avalia a especialista.