Proposta experimental de inclusão digital acontece em Hortolândia, cujo desenvolvido é uma parceria com o governo paulista e a USP. Ao todo, são 26 escolas públicas estaduais que oferecem aulas de português e matemática por meio de equipamentos tecnológicos. No entanto, esse piloto durará até agosto de 2010 e sua continuação dependerá da aprovação da gestão pública.
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A Dell realizou nesta quinta-feira um evento comemorativo sobre os dez anos de inauguração da sua primeira fábrica no Brasil e também apresentou o projeto piloto “Sala de Aula Conectada”. A proposta da solução é oferecer aos de 26 escolas públicas aulas de matemática e português, utilizando ferramentas tecnológicas.
De acordo com o diretor de soluções Brasil, Ricardo Velasco, o projeto foi desenvolvido em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, cuja fabricante doou 36 kits para serem utilizados em 32 salas de aulas na cidade de Hortolândia, município em que está localizada a fábrica da Dell. No kit estão inclusos uma lousa digital, impressora, equipamento multimídia, netbooks para os professores e “futuramente os alunos também receberão os netbooks para usá-los nas aulas”, complementa.
A proposta é incluir digitalmente aproximadamente seis mil alunos da rede pública de ensino e mudar a estrutura das aulas, com a inserção da tecnologia e interatividade entre o corpo docente e discente. O projeto piloto acontece em 26 escolas estaduais, que atende aos cursos do quinto ano letivo do ensino fundamental ao 1º ano do ensino médio.
O conteúdo interativo de português e matemática foi desenvolvido pela Universidade São Paulo. Já o curso de capacitação a 110 professores acontecem desde julho e foi realizado pela fabricante. Velasco enfatiza que o projeto da Dell não é oferecer apenas um computador aos alunos, porque os mesmos não saberiam o que fazer com os equipamentos. Em sua avaliação, o foco principal é interagir a tecnologia existente com o aprendizado das matérias convencionais.
As aulas começaram em agosto. Porém, o projeto – em fase experimental – só poderá ter continuidade após um ano de análise do governo paulista, o qual já houve uma avaliação inicial pela UNESCO sobre o conteúdo desenvolvido. Velasco também informou que no final dos testes, em agosto de 2010, se for aceito, o governo entrará com o processo de licitação para a implementação do projeto em todo o estado.
Mesmo com o projeto em andamento, a empresa não especificou detalhadamente como é a distribuição dos kits nas escolas, alegando que dependerá de cada necessidade. Até o momento as aulas são realizadas com os produtos básicos: lousa digital, impressora, multimídia e um desktop Dell OptiPlex. O setor público ficou encarregado de cuidar da implementação de toda a infraestrutura (acesso à banda larga) e adequação das salas.
Netbooks educacional
Em novembro a Dell inicia a produção dos netbooks Latitude 2100, com o Windows 7 e a plataforma de aula interativa, focados para o uso e comércio educacional. De acordo com o executivo, os equipamentos serão fabricados por encomendas e vendidos às instituições de ensino públicas e privadas.
Segundo Velasco, o netbook é específico para as salas de aula porque o produto é todo emborrachado, para proteger contra impactos decorrentes, são leves e possuem telas com touch screem.
Apesar da Dell não disponibilizar o valor a ser comercializado, nos EUA o mesmo produto é vendido entre US$ 500 e US$700, dependendo da configuração. A empresa também não informou o preço de cada kit. “Não queremos vender infraestrutura e sim o conceito de educação”, enfatiza Peter Wiegandt, vice-presidente e diretor geral latino-americano.
Velasco acredita no potencial mercadológico brasileiro para a fabricação de netbooks educacionais, o qual a empresa aposta em crescimento expressivo nos próximos cinco anos, perdendo apenas para a China. “O Brasil está em segundo lugar no BRIC, a frente de Rússia e Índia. Vale ressaltar que o mercado é grande, mas tem que saber como usá-lo”, avalia.
O modelo da sala de aula conectada acontece em outros países como Índia e México. No país latino, a Dell atende, por meio de licitação, a 60 mil escolas, tendo 30 alunos por sala. Conforme indica o CEO da fabricante, Michael Dell, o projeto ainda é um estudo e a empresa tem a política de investir em soluções “para descobrir novos profissionais e melhorar a condição de vida das pessoas”.
