Casos de sucesso

Editores de jornais italianos denunciam o Google por atitude anticoncorrencial

Ação está relacionada a divisão desleal de receita, gerada pela publicidade web, além da denúncia de “antitrust” da empresa.

Autoridades italianas iniciaram, nesta quinta-feira (27/08) ,uma investigação contra o Google, em relação às seqüências de denúncias realizadas pelas editoras do país de que a empresa estava abusando de sua posição dominante na Internet e que negava uma parte equitativa das receitas de publicidade online.
Carlo Malinconico, presidente da Federação Italiana de Editores de Jornais, disse que o grupo tinha-se queixado à autoridade Antitrust (anticoncorrência) sobre uma “falta de transparência” na ferramenta de busca do Google e que o aplicativo Google News, que compila impressões de notícias na Web e lhes fornece links.
Como o Google não divulga os critérios para artigos de notícia ranking ou resultado de busca, segundo executivo da federação, os jornais não são capazes de aprimorar o seu conteúdo para tentar ganhar mais receita com publicidade on-line. Receita de anúncios na web é diretamente proporcional ao tamanho do público, que é fortemente influenciado pela busca ou posição do Google News.
“Os editores fornecem grande parte do conteúdo na internet, mas eles não têm quase nada como saber o que está acontecendo. Isso não é justo, em nossa opinião. Nosso sentimento é que perdemos mais do que ganhamos”, diz Malinconico.
O Google alega que teve conhecimento do inquérito apenas na manhã de quinta-feira, quando os investigadores compareceram em seu escritório, localizado em Milão. “A Autoridade da Concorrência notificou-nos de uma reivindicação contra o Google Itália”, alega a companhia em um comunicado. “Nós estamos verificando mais detalhes, mas sabemos que é sobre a ferramenta Google News, que direciona o tráfego significativo e de novos leitores para sites de jornais”, completa.
Além da Itália, editores de vários países têm se queixado sobre o Google News, alegando que os leitores acessam seus sites de outra forma e não pelo link dos blurbs do Google. Na Bélgica, uma organização do jornal Copiepresse, processou o Google por impedir a inclusão de artigos de seus jornais no serviço de notícias. Na Dinamarca, os editores se uniram para impedir que o Google criasse um site de notícias, com defesa de que isso violaria a lei de direitos autorais dinamarquês.
O Google diz que qualquer editor pode optar por ter o seu conteúdo incluído no Google Notícias ou a ferramenta de busca da empresa. Além disso, os links de busca fornecem freqüentemente uma maioria dos visitantes que acessaram o site das empresas.
Porém, os editores italianos alegam que eles são punidos se cair fora do Google News e que, também, suas noticias são automaticamente excluídas do mecanismo de busca. Fato esse, o Google nega.
Como está acontecendo no mundo, os jornais italianos estão sofrendo queda de circulação impressa e, com isso, uma redução acentuada no mercado publicitário. Outro problema é que a publicidade on-line tem sido particularmente lenta para se desenvolver na Itália, tendo os anúncios ligados aos resultados da pesquisa a crescer mais rapidamente do que outros modelos.
Malinconico disse que, além da queixa contra o Google, a federação também busca outras medidas na tentativa de gerar mais receita a partir da web. Segundo ele, como exemplo, há o início de um estudo sobre a possibilidade de cobrar dos leitores o acesso ao site dos jornais. “Não pensamos nestas medidas para compensar a perda de publicidade, mas é bom para reagir”, conclui.
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