De acordo com estudo, corporações não contam com governança de dados, guardando informações que desconhecem o valor. Brasil aparece como destaque positivo no estudo.
De acordo com um estudo da Veritas, especializada em gerenciamento de informações e governança de TI, mais da metade (52%) de todos os dados das empresas são considerados “escuros”, sendo que seu valor é desconhecido. O levantamento ouviu mais de 2,5 mil empresas de todo o mundo e também destaca que 33% são considerados redundantes, obsoletos ou triviais (ROT).
O estudo aponta que os dados escuros podem ser informações de negócios valiosas ou até mesmo non-compliant. Além disso, os líderes de TI consideram que apenas 15% de todos os dados armazenados podem ser considerados como informações organizacionais críticas.
Sincronização de dados aprimora segurança de alimentos
Segundo Marcos Tadeu, gerente de Engenharia da Veritas Brasil, cada 1 GB custa US$ 5 por ano em gerenciamento, sendo que isso vai custar para as organizações por volta de US$ 3,3 trilhões até 2020. “Mas o problema não é apenas o custo. O budget de tecnologia das organizações é limitado e, em média, 62% dele é destinado para infraestrutura e manutenção, ou seja, manter os dados”, explica, dizendo que é necessário investir mais em inovação.
Mas por que as empresas não eliminam os dados escuros? Basicamente, porque não sabem sobre o que se tratam. “É difícil para as empresas deletar dados sem conhece-los, pois podem excluir informações importantes sem querer”, diz Tadeu. “O desaparecimento de um dado pode resultar em perdas financeira e até mesmo de imagem.”
Já entre os dados ROT estão arquivos pessoais de funcionários e softwares. “Falta governança nas empresas. Elas aumentam o seu volume de dados e compram mais espaço, seja em hardware ou cloud, e não se importam com os dados antigos”, diz.
Outro problema é a falta de segurança dos CIOs em cumprir seu papel de responsabilidade na gestão das informações. Conforme diz o gerente da Veritas, os executivos enxergam que seu papel é cuidar da infraestrutura. “Eles não enxergam sobre quem pertence a responsabilidade dos dados. Isso dificulta na hora de deletá-los”, avalia.
Existem soluções no mercado que podem evitar o acumulo de dados escuros, dando visibilidade para o usuário decidir o que armazena ou deleta. Também é possível colocar uma “trava anti-exclusão” em dados importantes (como informações contratuais), preservando eles durante o tempo necessário e deletando automaticamente ao fim do período.
Brasil é destaque positivo no estudo
Se a média global de dados escuros é 52%, o Brasil aparece em uma posição positiva em relação ao resto do mundo, com 47%. Os ROTs do país também são melhores, ficando em 31%. Já os conhecidos e relevantes alcançam 22%, colocando o Brasil na terceira melhor colocação do estudo, atrás apenas de Israel (24%) e China (25%).
Tadeu considera que esse bom posicionamento é razão do otimismo brasileiro, de forma que talvez não tenham a dimensão total dos dados da empresa. “O correto é que as empresas brasileiras devem focar em eliminar os ROTs”, afirma o gerente.
IoT vai aumentar dados escuros?
Tadeu não sabe dizer quanto de dados a Internet das Coisas (IoT) trará. De acordo com ele, nenhuma empresa no mundo tira proveito total dos dados que a tecnologia trás, “pois faltam estratégias de governança e análise, devido à pouca experiência”.
Na opinião dele, gerenciar os dados de IoT será um desafio e as corporações deverão investir em mão de obra especializada para lidar com o big data.