Durante a Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, realizada esta semana pelo IBGE no Rio de Janeiro (RJ), Matheus Souza, Chief Innovation Officer para a SAP América Latina e Caribe (LAC), defendeu o desenvolvimento de uma inteligência artificial (IA) mais ética e transparente. Para ele, esta tecnologia precisa preservar a privacidade dos usuários desde seu desenvolvimento até o uso. Além disso, é preciso que se use mecanismos de gestão, inspeção e correção. “A IA não pode funcionar independente do ser humano”, afirmou.
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Souza destacou que a IA passa por uma “primavera”, com rápida adoção e impacto econômico relevante. Números apresentados por ele mostram que o PIB mundial pode aumentar em 14% até 2030 por causa da inteligência artificial e o crescimento acumulado só dessa tecnologia pode chegar a 35,7% até 2027.
Para ele, os principais riscos na tecnologia estão na lacuna de habilidades, pois 21% dos empregos na América Latina estão em alto risco devido à automação e os 12 milhões de empregos que devem ser criados até 2025 em todo o mundo por conta da IA demandam por requalificação profissional. “A SAP acredita que IA vai transformar a força de trabalho e tem compromisso de treinar 2 milhões de pessoas em todo o mundo gratuitamente”, disse.
O executivo também apresentou casos de sucesso da tecnologia, como o caso da produtora de etanol FS, que usa IA para melhorar a gestão de fluxo de caixa e os processos de sustentabilidade, aumentando a produção sendo mais sustentável. Outro exemplo é uma produtora chilena de vinhos que recorreu à tecnologia para gestão de cultura da uva para garantir melhor qualidade na produção com monitoramento constante.
Felipe Daud, diretor de Relações Governamentais da Alibaba, também participou da conversa e destacou que a Alibaba tem desenvolvido IA internamente e já conta com seu próprio modelo linguagem de grande escala (LLM), criando uma solução similar ao ChatGPT. Porém, o principal modelo prático de uso de IA dado por ele foi na plataforma e-commerce da empresa, o AliExpress, que usa a tecnologia para sugerir conteúdo para vendedores melhorarem a exposição de produtos e sugestão de compras para consumidores.
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