A escassez mundial de chips continua causando atrasos ou interrupções na linha de produção de outras indústrias, como a eletrônica. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), 12% dos fabricantes do setor eletroeletrônico tiveram que parar parte da produção em junho por falta de componentes eletrônicos.
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Na visão de Pedro Al Shara, CEO da TS Shara, o isolamento social gerou um crescimento explosivo na demanda por semicondutores, o que resultou em uma grande pressão sobre as cadeias de fornecimento de chips. “O que aconteceu foi que, quando a covid-19 chegou, todos pensaram que o lado da demanda cairia significativamente e na verdade vimos o contrário”, afirma.
Outro problema foi o fechamento das fábricas chinesas no início da quarentena, diminuindo o número de insumos globalmente durante certo período de tempo. Shara explica que, apesar da indústria ter tomado medidas para resolver os problemas no curto prazo, ainda pode levar algum tempo para que o ecossistema resolva a escassez de capacidade de produção.
De acordo com o Gartner, a falta de chips começou na área de dispositivos, principalmente em processos de gerenciamento de energia, dispositivos de exibição e microcontroladores, e só deve ser superada no segundo trimestre de 2022. Em meio à pandemia e à adesão ao trabalho remoto, muitos consumidores compraram novos computadores pessoais e aparelhos eletrônicos. O resultado disso foi o aumento da demanda por chips e sua consequente escassez no mercado.
No caso da energia ininterrupta, mercado de atuação da TS Shara, a dependência das empresas por uma infraestrutura digital durante a pandemia, exigiu investimentos em soluções full time de energia para evitar qualquer falha em ambientes críticos. “Apesar das adversidades, esse movimento abriu oportunidades para reforçarmos o papel dos nobreaks como grandes aliados na hora de garantir a operação ininterrupta dos serviços essenciais como energia e internet”, comenta Al Shara.
Nesse cenário, o executivo ainda ressalta que a constante oscilação do dólar foi outra adversidade enfrentada para atender essa crescente demanda. “Sem dúvidas, esse fator acabou afetando a correção de preços e importação dos insumos, como cobre e materiais plásticos, para manter a produção, cenário que não era visto desde os últimos 19 anos. Um dos principais desafios este ano foi ter que se reinventar a todo momento, especialmente neste período difícil pelo qual o país está enfrentando”, finaliza Al Shara.
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