Pesquisa realizada entre médias e grandes empresas aponta que, apesar da crise, o País passa por um crescimento na aquisição de produtos de tecnologia, proporcionado, também, pela mudança de comportamento dos empresários que investem cada vez mais em plataformas de TI.
A Fundação Getúlio Vargas divulgou sua pesquisa anual que aborda a “Administração de Recursos de Informática nas Empresas” e o “Mercado Nacional de Informática”. Os indicadores mostram o crescimento no comércio de TI no Brasil. A análise foi realizada entre médias e grandes empresas, cuja característica de investimentos aponta que 6% de suas receitas liquidas são destinadas ao aprimoramento no setor de tecnologia – valor dobrou em 12 anos.
A pesquisa aconteceu durante o auge de crise financeira e, mesmo assim, os resultados mostram que o segmento em TI se manteve estável e com alguns nuances de aumento. Para o professor da FGV e um dos coordenadores da pesquisa, Fernando S. Meirelles, as vendas do comércio tecnológico não foram afetadas e cresceram devido à necessidade das empresas de se manterem preparadas nesse período de instabilidade mercadológica.
O histórico nacional mostra que o crescimento no comércio de TI no Brasil foi impulsionado a partir de 2007, período em que as vendas de computadores superaram as de televisores. Atualmente existem 60 milhões de computadores em uso, o que equivale a um micro para cada três habitantes. Outro dado importante revelado no levantamento é a média brasileira de usuários tecnológicos ser acima da média mundial.
Segundo Meirelles, a perspectiva para os próximos três anos em relação ao comércio de tecnologia da informação será bastante positiva. “Para 2012, poderemos chegar ao número de 100 milhões de computadores em uso. Isso equivale a um micro para cada brasileiro”, projeta.
O comércio eletrônico (CE) também mostra que as transações de negócio-a-negócio representa 58,32% do valor do mercado total, e 25,12% para o negócio-a-consumidor são positivos para o setor. Além disso, as instituições financeiras continuam sendo as maiores investidoras em TIC no Brasil.
A pesquisa também procurou saber o que estimula os empresários a investir em CE. As respostas apontam que a preocupação está relacionada à otimização da qualidade e do bom relacionamento com os clientes. Para o professor e coordenador do centro de tecnologia de informação aplicada (CIA), Alberto Luiz Albertin, com o passar dos tempos, a importância dos empresários foram mudando. “Desde 2006 houve uma inversão de valores”, diz.
Houve um estudo sobre os produtos de TI mais usados entre as empresas, como é o caso do sistema operacional de servidor e no micro pessoal, além do software. A Microsoft se mantém na liderança como estação de trabalho das empresas, tendo o Windows, Explorer e o Office com 92% ou mais do total. Quanto aos servidores corporativos, o Linux possui 19% de usuários e a Oracle tem 35% na participação de banco de dados.
Além disso, aconteceu um aumento significativo na aquisição de plataformas de BI. O resultado quantitativo aponta em seqüência a SAP com 13%, a IBM 12% e a Oracle com 8% de usuários.
O que caracteriza como um dos motivos para o crescimento de investimentos em TI corporativo, é que as empresas têm o objetivo de aumentar a qualidade dos seus serviços, com organização, e se manterem inovadas. Esse modelo de metodologia difere das anteriores, cujas empresas só deveriam investir caso recebessem o lucro com rapidez. “É preciso mudar o conceito, agora a métrica é gerenciar e inovar. O BI é uma grande ferramenta”, conclui o professor Luiz Albertin.