Enquanto empresas voltam ao “velho normal” e empregados tentam se reajustar, startups olham para modelo remoto como forma de atrair mão de obra
Levantamento divulgado em maio deste ano pela Unispace com 9,5 mil funcionários e 6,6 mil empregadores de 17 países revelou que, nos últimos meses, 72% das companhias implantaram políticas de retorno ao escritório. No Brasil não é diferente, e, em 2024, CTOs terão que administrar a tendência de retorno ao presencial com a falta de engajamento dos colaboradores, não só da área de tecnologia.
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Victor Fazzio, sócio-sênior do Grupo Hub, consultoria de Recursos Humanos, diz que existe uma dificuldade marcante nos processos seletivos de vagas híbridas ou presenciais. “Muitas abordagens junto a potenciais candidatos não viram entrevistas, mesmo entre as companhias mais desejadas, pois a primeira pergunta feita é a respeito do modelo de trabalho. As pessoas querem qualidade de vida, ir à academia de manhã. Enquanto a cultura do controle se intensifica de um lado, empresas dispostas a repensar essa relação podem sair na frente na atração de talentos.”
A visão de André Aziz, CTO do Z.ro Bank, corrobora a análise de Victor, do Grupo Hub. “O que observamos é que isso facilita a nossa busca por talentos, pois os profissionais de empresas que voltaram para o presencial ou híbrido estão em busca de migrar para o modelo remoto.” O Z.ro Bank trabalha essencialmente no modelo remoto, com o time de tecnologia acompanhando essa política, além de manter um escritório no metaverso, diminuindo a necessidade de reuniões presenciais, que esporadicamente ocorrem em seus escritórios em Recife (PE) e São Paulo.
Samuel Moreira, CTO da Télos, que opera no modelo 100% remoto, também enxerga o movimento, destacando o microgerenciamento dos profissionais e fortalecimento de cultura das empresas. “Em contrapartida, vejo o descontentamento dos colaboradores. Muitos preferem aceitar um salário muito menor apenas para poder continuar em casa. Acredito que, com o tempo, mais e mais profissionais vão renunciar cargos presenciais para poderem ter maior qualidade de vida e tempo de qualidade.”
Para Ricardo Morale, CTO da logtech Freto, o mercado vive outro momento, no qual é possível avaliar o que de bom foi absorvido dos modelos de trabalho remoto, híbrido e presencial. “Acredito que cada empresa tem sua própria cultura e, alinhada ao seu estágio de maturidade, muitas áreas podem exercer algumas dessas modalidades que estejam melhor aderentes a suas realidades”, pondera o executivo. Na logtech são praticados dois modelos: híbrido e 100% remoto.
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