Recentemente, um estudo da Dell’Oro Group mostrou que 72% do mercado de SASE (Secure Access Service Edge) é controlado por seis empresas. A consolidação do segmento é considerada um passo natural devido ao aumento do trabalho híbrido, a migração acelerada para a nuvem e a necessidade de soluções que combinem segurança e conectividade de forma eficiente. Para chegar a tal ponto, no entanto, os líderes de SASE fizeram diferentes aquisições para se destacar na concorrência.
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A Palo Alto Networks, por exemplo, comprou a Talon Cyber Security em dezembro de 2023 para ampliar a capacidade de proteger navegadores de dispositivos corporativos e pessoais que são usados para acessar sistemas empresariais. Marcos Oliveira, Country Manager da Palo Alto no Brasil, destaca que a empresa tem investido em dispositivos SD-WAN com conectividade 5G integrada desde 2021 na busca pela simplificação na criação de redes seguras e rápidas para filiais, além de soluções para trabalho remoto.
O destaque da Fortinet foi a aquisição da Next DLP, especializada em risco interno e proteção de dados, em agosto de 2024. Ao integrar as tecnologias das duas empresas, Fernando Lobo, vice-presidente de Tecnologias Avançadas e OT da Fortinet, diz que foi possível adicionar recursos avançados de prevenção contra perda de dados à sua oferta de Borda de Serviço de Segurança (SSE).
“Além disso, a integração com o Fortinet Security Fabric garante uma proteção abrangente em toda a infraestrutura da organização”, explica o executivo, que diz ser natural o processo de consolidação do segmento porque o mercado de SASE engloba muitas tecnologias diferentes “que podem ser desafiadoras de desenvolver e manter internamente para um fornecedor pequeno”.
A fome de mercado da Cisco
A Cisco fez uma série de aquisições ao longo dos últimos anos para ter uma plataforma SASE “robusta e integrada”, como define Fernando Zamai, líder de Cibersegurança da Cisco Brasil. Foram adquiridas a Viptela, especializada em SD-WAN; OpenDNS, pioneira em segurança nativa em nuvem; Duo, voltada para Zero Trust e múltiplos fatores de autenticação; e a Robust Intelligence, para potencializar o SASE com os benefícios da Inteligência Artificial.
Zamai comenta que a Cisco também mantém um ecossistema de parcerias para potencializar suas soluções e garantir maior flexibilidade aos projetos de clientes, sempre de olho na demanda do mercado.
Ainda segundo ele, a consolidação do segmento de SASE é importante para atender ambientes complexos de TI e contornar desafios como a escassez de profissionais qualificados. “O SASE endereça essas demandas ao unificar conectividade e segurança em uma solução integrada, simplificando operações.”
Além disso, Zamai diz que o modelo de segurança como serviço proporciona escalabilidade, agilidade e redução de custos. “Essas aquisições e parcerias da Cisco consolidam a base tecnológica que nos permite oferecer uma solução SASE robusta e integrada.”
Consolidação é natural do mercado
Oliveira, da Palo Alto, ressalta que o Gartner projetou que até 2025 cerca de 60% das empresas teriam estratégias claras de adoção de SASE, um grande avanço em relação aos 10% registrados em 2020. Para conquistar esse mercado, a Palo Alto diz que seu diferencial é a oferta de uma solução integrada e completa, que combina segurança de ponta e conectividade em uma única plataforma. “Isso simplifica a adoção e a gestão de SASE pelas empresas, garantindo maior eficiência, segurança consistente e uma experiência de usuário superior.”
Na Fortinet, a visão é de que a consolidação do mercado vai além das aquisições e integrações de tecnologia e também é resultado do investimento em pesquisa e desenvolvimento. “A aquisição da Next DLP demonstra claramente a estratégia da Fortinet de continuar investindo em inovação e expandindo suas capacidades em SASE. A inovação no mercado de SASE reside na capacidade de oferecer uma solução completa, integrada e automatizada, capaz de atender às demandas complexas das empresas modernas”, diz Lobo.
Zamai, da Cisco, lembra que o mercado de SASE está em constante evolução, e as inovações são impulsionadas pela necessidade de simplificar e unificar segurança e conectividade, garantindo uma experiência otimizada para usuários e aplicações. A expectativa dele é que mais recursos de inteligência artificial e machine learning para detecção proativa de ameaças sejam integrados às plataformas do mercado, bem como a adoção de Zero Trust aumente no futuro.
