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Futuro dos data centers está no fundo do mar?

Cabeamento submarino abre portas para data center no fundo do mar e melhorar ainda mais o acesso de cidades litorâneas

Já velhos conhecidos, os cabos ópticos submarinos têm sido responsáveis por transportar, a algum tempo, enormes volumes de dados a velocidades impressionantes. Indo um pouco além, não parece estar distante a possibilidade de instalar data centers no fundo do mar. O que antes poderia parecer ‘coisa de ficção científica’, talvez já não seja mais. Em 2015, por exemplo, a empresa Microsoft içou pela primeira vez um data center nas Ilhas do Norte e agora, recentemente em 2023, a China colocou uma mega estrutura a 35 metros abaixo do nível do mar.

Explorar as profundezas do oceano em prol do progresso tecnológico vem sendo enxergada como uma atividade impressionante e capaz de desempenhar um papel crucial no avanço da tecnologia de transmissão e armazenamento de dados. De acordo com Carina Bitencourt, CEO da Fibracem, a vantagem está na temperatura fria das águas profundas, o que resolve a principal questão em relação à proteção da infraestrutura: o resfriamento do equipamento de forma eficiente.

Entretanto, entra em cena uma outra questão que precisa ser respondida: como seria a conectividade entre as empresas e seus dados que porventura estariam arquivados nos chamados Underwater Data Center (UDC)? “A proximidade de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, entre outras regiões ao litoral, significaria menos latência na transmissão de dados, o que é crucial para serviços online em tempo real como streamings e plataformas de jogos”, responde a executiva.

No Brasil, a cidade de Fortaleza tem se destacado de forma positiva quando o assunto é cabeamento submarino. Para se ter uma ideia, hoje, a capital do Ceará já conta com 17 cabos ópticos introduzidos no fundo do oceano Atlântico e que estão em pleno funcionamento, o que a coloca como um verdadeiro hub tecnológico estratégico no País.

Ainda que a instalação de data centers no fundo do mar possa ser vista como mais um importante passo desta jornada de exploração que envolve oceanos e tecnologia, no entanto, a sua popularização pode levar tempo e estar longe de se tornar, de fato, uma realidade concreta, especialmente no mercado brasileiro de telecomunicações.

“A infraestrutura necessária para construir e manter um data center subaquático é complexa e também cara. Além disso, há desafios técnicos significativos a serem superados, como garantir a segurança dos dados em um ambiente tão hostil e inacessível”, finaliza Carina.

 

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