Ministro Guido Mantega concordou com Paulo Skaf de que não há motivos para inflação de demanda ou aumento de juros. “O Brasil começou bem o ano, está na direção correta e poderá cumprir as taxas de crescimento projetadas de forma sustentável” afirmou o parlamentar.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, reuniu-se esta semana com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para analisar os dois primeiros meses de 2010 e discutir perspectivas para a economia e o setor industrial no restante do ano.
Mantega esteve na entidade para saber se a indústria brasileira está pronta para suprir o aumento do consumo. Skaf disse se sentir “bastante tranquilo em relação à oferta por parte da indústria, porque em dezembro de 2009 a produção estava 6,2% menor em relação a 2008. Em 2009, a indústria investiu e aumentou sua capacidade em 10%”, explicou o presidente da Fiesp. Ele afirmou, ainda, que este ano a indústria deverá investir em ritmo forte e ampliar sua capacidade produtiva entre 12 e 15%.
O ministro mostrou-se satisfeito com a afirmação do líder empresarial. “A indústria nacional já mostrou ser capaz de reagir à alta da demanda em 2008”, lembrou o ministro, referindo-se ao mais recente período aquecido da economia. “O Brasil começou bem o ano, está na direção correta e poderá cumprir as taxas de crescimento projetadas de forma sustentável”, disse Mantega.
Na avaliação do ministro da Fazenda, não há motivos para alarme quanto ao aumento da inflação nos dois primeiros meses de 2010. “Não devemos nos impressionar com a inflação do início do ano porque ela normalmente é superior e fruto de ocorrências sazonais”.
Os reajustes da mensalidade escolar e da tarifa de ônibus, que acontecem só uma vez ao ano, segundo Mantega, são exemplos do que impulsiona a inflação, assim como as fortes chuvas que causaram inundação no Ceagesp e a alta do preço dos alimentos.
“Não há a menor dúvida de que este não é o momento para a elevação dos juros”, afirmou Paulo Skaf. “Essa alta causaria o aumento do gasto público. Isso significaria ir na mão contrária do câmbio e valorizar ainda mais a moeda”.
Questionado sobre sua posição em relação aos juros, Mantega disse ser contra a alta dos juros privados. Já sobre os juros administrados pelo Banco Central, ele afirmou que não se manifestaria. “O BC sabe quando deve baixar e quando deve aumentar os juros”, finalizou.