*Por Glauber Weddigen
Nos últimos anos, a cibersegurança tornou-se uma prioridade crescente para os executivos de alto escalão no Brasil. No entanto, a compreensão dos riscos cibernéticos ainda apresenta grandes desafios para muitos gestores brasileiros. Segundo um estudo recente da FTI Consulting, 59% dos executivos brasileiros consideram a segurança da informação uma prioridade para 2024, um índice significativamente acima da média global, de 39%.
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Mesmo com essa crescente conscientização, a comunicação entre os diretores de segurança da informação (CISOs) e os executivos não especialistas continua problemática. A pesquisa revelou que 43% dos líderes brasileiros sentem que os CISOs têm dificuldade em traduzir os riscos de cibersegurança em termos financeiros ou materiais compreensíveis.
Essa lacuna na comunicação impede que a alta gestão entenda, de forma completa, o impacto potencial de ameaças cibernéticas e tome decisões informadas sobre investimentos em segurança.
A falta de visibilidade sobre os benefícios práticos da cibersegurança pode resultar em alocações inadequadas de recursos, deixando as organizações vulneráveis a ataques. Para enfrentar esses desafios, uma das soluções é investir em treinamentos de comunicação para profissionais do ramo, permitindo-lhes articular melhor os riscos e as necessidades de segurança em termos que os executivos de negócios possam entender e agir.
Por outro lado, é animador perceber que os investimentos em TI e cibersegurança estão crescendo no Brasil, contrariando tendências globais de retração econômica. Estima-se um aumento de 34% nos orçamentos de cibersegurança nos próximos um a dois anos, refletindo um compromisso robusto com a proteção dos ativos digitais e dados sensíveis das empresas, de acordo com a FTI Consulting.
Além disso, temas como inteligência artificial, privacidade de dados e regulamentações de proteção de dados (como a LGPD) estão cada vez mais em alta, impulsionando a demanda por soluções de cibersegurança inovadoras e eficazes. As empresas que conseguirem alinhar seus investimentos em tecnologia com uma estratégia de segurança cibernética bem comunicada e compreendida por toda a organização estarão mais preparadas para enfrentar as ameaças cada vez mais sofisticadas do mundo digital.
Assim, enquanto o aumento dos investimentos é um sinal positivo, a verdadeira eficácia das medidas de cibersegurança dependerá de uma comunicação mais eficaz e de uma compreensão mais profunda dos riscos cibernéticos por parte dos gestores. Apenas assim as organizações poderão se proteger adequadamente contra as ameaças do mundo digital, cada vez mais sofisticadas e persistentes.*Glauber Weddigen é diretor de operações da Microservice.
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