Estaleiro Sul implementou telefonia IP para interligar seus escritórios no Brasil e exterior e mostra como uma solução baseada em hardware pode ser mais eficiente.
O Estaleiro Atlântico Sul passou de 200 funcionários no inicio deste ano para mais de 1.300 contabilizados em novembro. Com a expansão, também veio a necessidade de formatar solução eficiente de comunicação entre as duas filiais do Rio de Janeiro, a de Recife (PE) e a de Suape – uma ilha também de Pernambuco. Neste caso, a infra-estrutura de PABX IP baseada em hardware se mostrou a melhor opção.
“Adotamos uma solução de PABX 100% IP e já estamos com todos os links habilitados para fazer ligações entre os escritórios brasileiros”, diz Ivan Warlet, gerente de TI do Estaleiro Sul. A solução de PABX descrita por ele se chama Call Manager e é fabricada pela Cisco. “Nas pontas vão os telefones IP, do mesmo fabricante, implantados em qualquer ramal, inclusive nos remotos”, diz ele. Nesse caso, estão habilitando um sistema no PC de cada profissional internacional que funciona como um ramal pela internet. “É um programa que faz uma rede virtual privada usando um toten e, assim, garante a conexão com acesso em qualquer link de internet e com bom nível de SLA, diferente de uma solução aberta, como o Skype, por exemplo”, explica Warlet.
Ele conta que o estaleiro é uma sociedade entre as construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, com tecnologia da Samsung (detentora de 10% da empresa), um investimento que totaliza R$ 1,4 bilhão. “A ação da Samsung no negócio também demandou comunicação internacional com os técnicos coreanos e, além disso, estamos comprando todo o aço para a construção da Plataforma P-55, da Petrobrás, na Ucrânia”, justifica.
Por sua operação principal ser em Suape, uma ilha, como já foi dito, Warlet e sua equipe não sentiram segurança em adotar uma solução IP baseada em software. “Precisávamos de uma parceria que pudesse implementar todo o sistema e nos dar suporte full time, algo que ainda não existe com fornecedores de soluções baseadas em softwares livres, principalmente em locais distantes, como o que estamos”, diz ele. “Se estivéssemos em São Paulo ou Rio de Janeiro o cenário seria diferente”, complementa.
Atualmente, todas as ligações interestaduais e internacionais realizadas pelo Estaleiro Sul são feitas via IP. Os contatos entre as filiais da empresa são feitos via ramais IP também, o que exclui as cobranças de tarifas. “Ainda precisamos de alguns meses para saber dos nossos custos, lembrando que já começamos, praticamente, a operação com IP e não estamos migrando de telefonia convencional para ela, o que nos impossibilita de falar em redução de custos”, diz Warlet. “Mas além das vantagens já ditas, ainda economizamos em cabeamento, pois todos os aparelhos de telefone são ligados no próprio computador e, por isso, ao invés de usarmos dois cabos trançados por central de operação usamos apenas um, uma economia de 50%”.
O projeto de comunicação via IP foi implantado pela Dimension Data e está sendo preparado para a operação desde setembro deste ano, envolvendo a implantação de 700 telefones IP da Cisco, além de toda a infra-estrutura de comunicação unificada.
Produção de peso
O Estaleiro Atlântico Sul iniciou o corte de aço do primeiro dos 10 navios petroleiros do tipo Suezmax, que serão construídos para o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). Também já foi iniciada a produção do casco da plataforma P-55, da Petrobrás, como conta a reportagem. A planta industrial do Estaleiro ocupa 162 hectares no Complexo de Suape e já foi 40% executada, com previsão de término até o final de 2009.