
Durante a pandemia de covid-19, o Brasil teve um crescimento considerável de banda IP, passando de 12 terabytes (TB). Graças aos investimentos feitos pelo setor de telecomunicações, a capacidade da rede brasileira é maior que o dobro da demanda, com 25 TB. A responsabilidade de boa parte dessa infraestrutura é dos provedores de Internet (ISPs), que investem cerca de R$ 33 bilhões por ano na rede e fornecem 40% da banda larga fixa no País.
CONTEÚDOS RELACIONADOS – ISPs sobem de escala na avaliação da Juniper
Entretanto, até eles passam por desafios na pandemia. Com o aumento da demanda por dados, os ISPs se viram em uma encruzilhada: precisam continuar investindo em rede, mas não podem aumentar o preço de seu serviço, senão podem perder para a concorrência. Há ainda a demanda de investimento em áreas rurais e remotas.
O segredo está em equilibrar o valor cobrado com os custos de investimento. Para Fabrício Araújo, especialista em Redes da Intelbras, o desafio é grande e uma das formas é oferecer outros serviços além da Internet. “Como o mais difícil já foi feito, que é implantar a infraestrutura local, ele pode aproveitar para adicionar outros serviços e aumentar o valor do ticket médio”, afirmou o especialista no primeiro episódio da série de podcasts Conexão, produzida pela Iniciativa InfraDigital.
Ele sugere o fornecimento de serviços agregados, como gerenciamento remoto de rede Wi-Fi, suporte técnico ágil e descomplicado ou mais serviços de telecom, como IPTV e telefonia fixa. “Com eles, o provedor consegue manter praticamente o mesmo investimento em infraestrutura e ganha possibilidade de vender serviço com maior valor agregado”, explicou.
Áreas rurais também são oportunidade
Em áreas rurais, outro desafio de investimento para o setor de ISPs, Araújo aponta que existem dois cenários. O primeiro é o agronegócio, que precisa de tecnologia para tocar seu negócio, como sensores de monitoramento e softwares de gestão (ERP). Como a demanda para esse tipo de cliente é urgente, o provedor precisa chegar lá.
O desafio é como, já que os clientes ficam longe dos centros de cidades e distantes entre si. “O custo pode ser um pouco alto, por isso que o provedor precisa desenvolver uma cesta de produtos, senão fica difícil habilitar um preço viável para o cliente.” O especialista sugere desenvolver produtos para este consumidor, como os já sugeridos anteriormente e outros mais profissionais, a exemplo do videomonitoramento conectado.
O outro cenário são as comunidades rurais, uma concentração de clientes que moram longe do centro. Nesse caso, o desafio é um pouco menor, porque a infraestrutura é montada até um ponto e pode ser capilarizada para todos. “Existem várias tecnologias que podem atender essa demanda, como o próprio rádio”, comentou Araújo. Cabe ao provedor planejar aquilo que mais trará valor ao cliente sem impactar nos custos de investimento.
Participe das comunidades IPNews no Facebook, LinkedIn e Twitter