Casos de sucesso

Laboratório de IPTV da USP transmite gravações e programas ao vivo

Com transmissões ao vivo e vídeo sob demanda, plataforma implantada na instituição pública de ensino superior propõe o conceito de oferecer educação a distância para todos. Muito além das salas de aulas e dos portões da cidade universitária.

Desde 2006, a Universidade de São Paulo (USP) iniciou o desenvolvimento de uma plataforma de IPTV, com o objetivo de disseminar e popularizar o conhecimento para todos. Coordenado pela Dra. Regina Melo Silveira, o DNA originário do projeto foi para a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), baseado em uma solução de gerencia de mídia e que fornece vídeo e disponibiliza a plataforma para todas as universidades federais.

À época, Silveira conta que a RNP tinha uma necessidade de gerenciamento amplo de mídia, porque todos os usuários colocavam vídeo na internet, mas constantemente não era realizado de forma adequada. “A solução envolvia pesquisa com teses de padronização”.

Batizado como Vídeo@RNP.BR, o projeto precursor disponibiliza aplicativos como cadastro e catalogação de mídia, geração de metadados e a criação de banco de dados. Essa catalogação serve para customizar e facilitar o tipo de vídeo que cada pessoa procura no site. O usuário que não faz parte de nenhuma instituição de ensino e pretende assistir aos vídeos só poderá acessá-los se fizer parte de alguma comunidade específica e para quem ele se destina.

Para a USP, o projeto foi concebido com o incentivo do Dr. Gil da Costa Marques, coordenador de tecnologia da informação da universidade, que buscava uma ferramenta viável para a comunicação e divulgação de conhecimento sobre a rede IP. Foram levantados estudos em outras regiões, como Europa, Japão e principalmente as universidades dos EUA para implantar a IPTV.

Segundo a professora, nos EUA a IPTV foi inserida nos dormitórios estudantis para reduzir os custos com a TV por assinatura. Porém, o sinal é restrito só para a região do campus e a população não tem acesso aos conteúdos. “A nossa intenção era diferente, queremos privilegiar conteúdos próprios e não tínhamos interesse em realizar parcerias com canais comerciais. Temos a proposta de divulgar informação, ciência, cultura, educação e que saia da cidade universitária. Nos EUA eles usam multicast na rede então você não consegue acessar de fora da região”, diz Silveira.

O desenvolvimento da plataforma IPTV-USP foi realizado por meio de padrões abertos, em cima de Linux, uso da base de dados freeware, a solução de software é em Java e a interface gráfica foi desenvolvida com AJAX. De acordo com Silveira, o projeto teve a vantagem de ser criado sobre uma infraestrutura de rede existente, onde toda a cidade universitária é coberta por fibra óptica. “Realizamos transferências de vídeo em alta velocidade e sem problemas”, comenta.

Foram investidos para o inicio do projeto R$ 200 mil, gastos com a compra de equipamentos, como storages e servidores (seis de vídeo), além de 12 kits de transmissão ao vivo.

Para a realização de transmissão foi desenvolvida uma rede overlay para otimizar o caminho adequado dos refletores, com o intuito de chegar ao usuário final com mais rapidez. “Fazemos o roteamento e o multicast na camada de aplicação, otimizamos a transmissão pela camada de mecanismos da aplicação, ao invés de ser na camada de rede, que não tem a possibilidade de fazer esse modelo de transferência de video”, explica Regina Melo Silveira.

Os vídeos são distribuídos pelos servidores – refletores -, localizados em São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos e Piracicaba. Os arquivos ficam em São Paulo e, de acordo com o tipo de procura, são cacheados para os outros.

No site, o usuário que não é da universidade pode acessar os canais de saúde, arte e cultura, educação, TV-USP e tecnologia. Também é possível assistir a vídeos sob demanda (VOD) e ver a agenda de programação das transmissões ao vivo.

Para incentivar o número de produções, Silveira relata sobre a instalação de mini-estúdio nas unidades da universidade. As instalações servirão para que cada faculdade coloca e transmita seus vídeos, sem a necessidade de sobrecarregar os serviços da TV USP. Até o momento, já foram instaladas 12 unidades.

Outro projeto em andamento é a integração com outras bases de dados por meio de um protocolo de metados da Orante, que irão cruzar as informações com outros portais e facilitar a procura dos usuários. “Quando eu fizer a busca digitando uma determinada palavra no portal da IPTV-USP, ele também vai procurar no banco de dados de outro site, como exemplo, trazendo resultado vídeos do da RNP”. A plataforma também está sendo adaptada para o Comitê Gestor da Internet Brasil (Cgi.br), que está foi encarregada de digitalizar todo o acervo de vídeos do arquivo nacional e disponibilizá-los na web.

Atualmente a USP está na fase de integração de sua IPTV com Set Top Box (conversor) que serão colocados nos Hospitais Universitário, das Clínicas e no Centro de Saúde na Dr. Arnaldo. “O motivo é porque o canal de saúde tem bastante audiência e será mais uma ferramenta de informação à população”, explica a professora.

“Existem vários desafios pela frente que pretendemos desenvolver. No entanto, a parte que já existe é bastante interessante e nosso foco é oferecer conhecimento a todos”, conclui Silveira.

Conheça a IPTV-USP

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