Banco de varejo, indústria de bens de consumo duráveis e empresas de TV por assinatura são exemplos de como a utilização de mapas para fins mercadológicos são eficazes.
Os mapas ganham cada vez mais espaço em nosso cotidiano, seja para o uso doméstico, ou para a utilização em empresas, independentemente do ramo de atividade. Em casa, já nos acostumamos a trocar os guias turísticos e plantas em papel por navegadores GPS, serviços de mapas em celulares e smartphones, ou até mesmo por aqueles disponibilizados na web, como, por exemplo, o Google Maps.
Nas empresas, os serviços de mapas têm a capacidade de escolher a melhor rota para a entrega de um produto e rastrear sua localização em tempo real. Possibilita visualizar a distribuição dos clientes e dos prospects, pontuando os melhores locais para a instalação de lojas e centros de distribuição. Além disso, é possível otimizar a disposição de representantes comerciais de acordo com as regiões de maior potencial.
Ao percorrer os mercados tradicionais de engenharia, infraestrutura, gestão pública, defesa, até chegar a mercados emergentes como marketing, BI (Inteligência de Negócios), CRM, força de vendas e campo, logística, segurança e mobilidade, os mapas digitais de hoje, efetivamente, turbinam a maioria dos processos de negócios corporativos. Estima-se que 80% de todas as decisões são de alguma forma espaciais.
Os mapas são incorporados em sofisticados sistemas de informações geográficas (GIS), ou simples serviços de mapas e rotas (web mapping). Além disso, passamos por serviços baseados em localização (LBS), tais como rastreamento e monitoramento de veículos, cargas, detentos, idosos, crianças e até animais. Chegamos também em aplicativos para celulares, como novidades e avisos de descontos em lojas, cinemas e restaurantes que estão próximos à localização do usuário em determinado momento (m-commerce), alertas quando um amigo estiver próximo, entre outras possibilidades.
As aplicações que utilizam mapas atendem não só a funções operacionais, mas também a funções estratégicas. Nos processos de CRM, adicionam capacidades de geocodificação e visualização de endereços dos clientes, análises espaciais – como a quantidade de clientes que residem até 2 km de determinada loja – busca por endereços, análise de proximidade e cálculo de rotas que estão no centro dos serviços de coleta e entrega de mercadorias, assistência técnica 24 horas, atendimento de sinistros e emergências, entre outros.
Estendendo para processos logísticos, temos aplicações na distribuição de alimentos, bebidas, cigarros; coleta de lixo domiciliar, hospitalar e industrial; transporte de valores, cargas, concreto usinado e passageiros.
As corporações precisam ser submetidas a constantes avaliações, pois a competitividade está cada vez mais acirrada. Obviamente, torna-se indispensável avaliar em quanto tempo uma situação específica pode ser detectada. É necessário planejar uma estratégia coerente e realizar com absoluta precisão o que foi programado quando se está diante de, por exemplo, uma retração de mercado, uma tendência regional, ou até mesmo uma venda que possa superar qualquer expectativa.
A utilização de mapas facilita sobremaneira a análise de informações, sejam elas em grande número ou não, que estejam concentradas em uma mesma região geográfica. A visualização espacial transmite com segurança a realidade dos fatos e pode tornar consideravelmente mais ágil uma suposta tomada de decisão.
A análise de dados corporativos integrados a dados de mapas fez surgir a atividade de geomarketing dentro das empresas, que rapidamente se integrou aos processos de inteligência de negócios. Geomarketing estuda as relações existentes entre as estratégias de marketing e o território onde os clientes, concorrentes, fornecedores e canais de distribuição se localizam.
No geomarketing visualizamos a performance de cada área de vendas com base nos volumes vendidos e na distribuição geográfica de clientes. Ainda permite a definição balanceada de cotas de vendas, expondo regiões que possam ter acréscimo ou remanejamento de vendedores; prospecção de clientes utilizando os critérios geográficos; mapeamento e análise da concorrência; determinação de áreas de influência comercial; distribuição geográfica de prospects; análises que indicam as melhores alternativas imobiliárias para um determinado local; estudos voltados a identificar a melhor localização para a criação ou expansão de novos pontos comerciais como filiais, depósitos, agências, franquias e lojas.
Algumas situações ilustram claramente a eficácia do uso de mapas com intuito mercadológico:
Um banco de varejo otimiza suas ações de marketing ao passo que facilita a comunicação com seus clientes, caso a agência mais próxima de cada pessoa possa ser determinada.
Já uma indústria de bens de consumo duráveis pode organizar a disposição de sua rede a fim de que tanto a quantidade, como a localização das assistências técnicas ofereçam eficiência e conveniência aos clientes.
Melhorias na publicidade de uma incorporadora imobiliária definem a melhor estratégia de divulgação de acordo com a sua localização. A empresa apresentaria um diferencial significativo se comparado à tradicional panfletagem restrita a semáforos e residências. Ainda avalia que tipo de imóvel seria mais bem sucedido em determinada região.
A expansão de empreendimentos pode ser facilitada com o conhecimento de outras cidades. O empresário de varejo de materiais de construção pode obter sucesso em suas novas lojas com o estudo adequado do potencial comercial da região.
Empresas de TV por assinatura e internet de banda larga já utilizam com êxito o conhecimento geográfico e social, uma vez que a ampliação dos serviços deve ter em vista a possibilidade de instalação de equipamentos e a lucratividade estimada em novas localidades de um mesmo município, ou quem sabe a abertura da rede para novas cidades.
Uma vez que é de indiscutível mais-valia o conhecimento cada vez mais detalhado do território, evidencia-se que essas informações são essenciais para o progresso de qualquer setor da sociedade.
O uso de mapas sempre foi presente e muito útil na economia global, mas a tecnologia atual tem elevado muito rapidamente sua produtividade. Os custos cada vez menores de hardware associados ao crescimento do conhecimento cartográfico são responsáveis pela rápida evolução das empresas modernas. Se por um lado a tecnologia relacionada a mapas aumenta os lucros comerciais, por outro, o indivíduo consumidor ganha em qualidade e comodidade.
Para o progresso contínuo e bem sucedido da economia e dos negócios, e também da sociedade, o uso de mapas se faz não apenas ferramenta, mas necessidade.
*Pedro Guidara Junior é especialista em geoprocessamento, engenheiro cartógrafo, mestre em Engenharia – Informações Espaciais pela EP-USP, Diretor da Metalocation (www.metalocation.com.br); E-mail: pedro@metalocation.com.br