Foi lançado oficialmente ontem (24/8) o Instituto Escola Conectada, uma organização não governamental (ONG) criada em março deste ano com o propósito de conectar as escolas públicas com banda larga. A intenção é aumentar o uso da tecnologia na educação e trazer mais qualidade ao ensino público. Para isso, a organização quer contar com a parceria de provedores regionais, que atuem na região das escolas de forma gratuita.
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O projeto já está sendo aplicado em 47 escolas espalhadas pelo País e atende 10 mil estudantes, mas o objetivo do instituto é conectar todas as escolas do Brasil até 2025. Além disso, a intenção é levar, no mínimo, 100 Mega para os colégios, para garantir a conexão de todos os alunos durante as aulas.
Diversas ações com provedores regionais já começaram e alguns dos envolvidos são o Grupo Datora, Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, Telium, Um Telecom, RLine e Net Cintra. De acordo com Tomas Fuchs, um dos fundadores do Instituto Escola Conectada, o provedor se compromete a fornecer a banda larga no mínimo por três anos, para garantir a continuidade do projeto.
O projeto também precisa passar pelo crivo municipais para a implantação, o que estabelece algumas barreiras burocráticas. Fuchs comentou que, enquanto algumas secretarias municipais recebem bem o projeto, outras simplesmente barram o projeto. Além disso, algumas escolas não têm interesse na conectividade da sala de aula e gostariam apenas da conexão da diretoria do colégio, o que não é interessante para o projeto.
Como funciona o projeto
A ONG desenvolveu um índice de digitalização das escolas, que usa para definir quais serão os locais que receberão o projeto primeiro. Marcos Pinheiro, gerente-executivo do instituto, explica que muitas escolas ainda não tem a infraestrutura necessária para receber a Internet, como falta de roteadores ou mesmo de equipamentos de informática (computadores e tablets).
Dessa forma, apenas conectar a escola não é o bastante. Primeiro é necessário fazer um diagnóstico do colégio, com um questionário que avalia a infraestrutura de TI e telecomunicações da escola, o uso pedagógico da tecnologia e como a rede é operada. Pinheiro explica que, se uma escola não tem uma aplicação da tecnologia no ensino, não tem muito o porquê de conectá-la neste momento.
Um segundo passo, após encontrar uma escola que preencha os requisitos, é procurar um provedor que possa ceder um link dedicado à escola. Feita a parceria, a ONG monitora a rede a partir de uma solução própria para saber como está sendo utilizada a rede, com esses dados sendo compartilhados com o ISP parceiro para que ele saiba sobre o impacto da sua ação.
Por fim, Pinheiro destaca que há uma mensuração dos resultados para ter certeza da evolução dos alunos com o uso da tecnologia. O instituto usa dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) como base para a métrica. “Também acompanhamos o uso de dados. Caso eles não estejam sendo utilizados ou dando resultado, podemos recomendar a troca de escola.”
Escola conectada conseguiu ter aulas remotas
A primeira escola a participar do projeto foi a Escola Municipal Prudente de Moraes, localizada em Miracema (RJ), em parceria com o provedor de Internet Sumicity. “O Escola Conectada transformou a nossa escola. Sem a nova conexão de internet não teríamos conseguido seguir as rotinas pedagógicas”, comenta Vanessa Titonelli, diretora da escola municipal.
Segundo ela, na primeira semana do projeto, uma professora foi diagnosticada com covid-19 e teve que ficar isolada em casa. Por isso, os alunos que estavam na escola puderam ter uma com essa mesma professora de forma remota. “O Escola Conectada foi um grande presente”, complementa a diretora.
“Quando iniciativa chegou à Sumicity, fez todo o sentido a participação do ISP. Um dos pilares do nosso projeto social é a conectividade para promover a inclusão social e essa foi uma possibilidade de ajudar a região onde atuamos”, diz Iolanda Lima, executiva da Sumicity. “É ótimo ver como o projeto faz diferença o serviço de Internet e o valor que ele traz.”
“Ao levar internet com qualidade para estas escolas, estamos promovendo não apenas a inclusão de crianças e adolescentes na tecnologia, mas também criando novas oportunidades de aprendizado e auxiliando no desenvolvimento do país”, afirma Fuchs. “Acreditamos que os provedores locais podem e querem fazer parte desta transformação. Enxergamos eles como parceiros fundamentais e parte da solução.”
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