Longa Distância

Operadoras precisam ficar atentas às falhas de sincronismo nas redes

Problemas incluem quedas de ligação e perda de receitas. Infraestrutura defasada é o principal causador de erros.

 

 

Quando as operadoras de telecomunicações móveis iniciaram a implantação de suas redes, a infraestrutura de sincronismo (sinal de referência de tempo comum a diversos circuitos ou equipamentos de rede) também foi instalada. Mas, o avanço da cobertura não foi acompanhado pela estrutura de sincronismo. Resultado? Problemas como, por exemplo, queda de ligações quando o usuário de celular passa da área de uma estação rádio base para outra. Mais do que isso, a falha pesa no bolso das empresas.

Ítalo Tertuliano, executivo da Microsemi, empresa especializada em sincronismo, destaca que os problemas tendem a aumentar com as novas redes de telefonia móvel, caso da LTE-A, e com a maior densidade da cobertura, incluindo as chamadas pequenas células (small cells) e – as ainda menores – picocelulas. “É preciso definir indicadores chaves de desempenho (KPIs) para checar como falhas na infraestrutura de rede podem afetar a perda de clientes”, adianta o especialista, que participa da Futurecom 2015.

Ele cita um exemplo real de operadora na América Latina, na qual a procura pelo problema percorreu várias áreas e envolveu vários drive tests, ou seja, a avaliação da rede pelos engenheiros da companhia, antes da resolução da falha. As iniciativas tentavam identificar a origem do problema de handover ou queda de ligação na passagem de uma estação rádio base para outra. “Quando fomos acionados, percebemos que não havia equipamentos de sincronismo como manda a norma internacional”, explica o especialista. Com a correção, o handover foi suprimido.

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Na avaliação da Microsemi, os erros de sincronismo podem aumentar com a maciça implantação de small cells, que combinam a melhoria de cobertura em “buracos” de áreas densas com a baixa demanda de energia. Em função dessa tendência, já existe uma norma, a IEEE 1588, que estabelece um protocolo internacional para facilitar o gerenciamento dos inúmeros dispositivos, tanto de pequenas como de picocélulas.

A questão, aliás, não está restrita às telecomunicações.

Com a adoção cada vez maior da chamada smart grid ou rede inteligente, as concessionárias de energia elétrica também precisam ficar atentas. A infraestrutura de sincronização é obrigatória na digitalização de subestações e dos relés de proteção, para ficarmos em dois exemplos. A padronização do horário deve acontecer em nível de microssegundos. E nesse caso também entra a facilidade da norma IEEE 1588.

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