A pandemia, sem dúvidas, fez a tecnologia avançar. Não é uma novidade: o mundo se tornou mais digital e tecnológico, conectado e, consequentemente, mais rápido. Esse movimento fez com que até mesmo tecnologias que avançaram na pandemia já se tornem comprometidas ou ultrapassadas. O blockchain – principal assunto durante o isolamento social na pandemia – foi uma delas.
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Por incrível que pareça, a tecnologia dada como muito segura para as tão famosas criptomoedas pode estar comprometida dado o aparecimento de outra ainda mais poderosa. Trata-se dos computadores quânticos, dispositivos que fazem cálculos por meio de propriedades da mecânica quântica, ou seja, com uso de sobreposição e interferência, entre outros recursos.
Por que a computação quântica pode comprometer a tecnologia de blockchain?
Em linhas gerais, o blockchain usa vários recursos para criar uma criptografia segura, e uma delas é o controle e o rastreio de envio e recebimento de “pedaços” de código, que normalmente são gerados na internet e carregam informações ligadas entre si (os códigos de uma criptomoeda, por exemplo). É ele que garante a segurança desses recursos criptografados.
Já a computação quântica, por sua vez, tem uma capacidade operacional bastante elevada. Isso significa que, por meio dessa tecnologia, é possível se infiltrar entre esses “pedaços” de código e modificá-los ou quebrá-los – algo que comprometeria toda a segurança do sistema. Dessa forma, alguns dos ataques já famosos que envolvem criptomoedas seriam ainda mais frequentes.
Para que isso não ocorra, foi necessário aplicar a própria computação quântica ao blockchain e, assim, torná-lo ainda mais seguro.
O blockchain ainda mais tecnológico: uso da computação quântica
Para evitar um cenário catastrófico, no qual os computadores quânticos – que, em breve, serão comercializados – comprometeriam a segurança do blockchain, algumas empresas se dispuseram a estudar estratégias para fortalecê-lo. Foi o caso da Cambridge Quantum (CQ): recentemente, a companhia se uniu ao Banco de Desenvolvimento Interamericano (IDB) e desenvolveu uma novíssima tecnologia, batizada de IronBridge (Ponte de Ferro).
A ideia é que a IronBridge traga algo apelidado de “criptografia pós-quântica” para garantir a segurança dos blockchains. Assim, os sistemas terão todas as partes da cadeia protegidas e suas comunicações serão impenetráveis.
Para atingir esse feito, a IronBridge faz uso de chaves completamente aleatórias, nada baseadas em equações matemáticas – que são facilmente resolvidas por computadores quânticos. É uma tecnologia que já está sendo testada com alguns blockchains e foi bem-sucedida na LACChain, blockchain desenvolvida pela IDB Lab.
“Somente chaves geradas por entropia quântica qualificada podem ser resistentes à ameaça da computação quântica”, explicou Duncan Jones, chefe de cibersegurança da Cambridge Quantum, ao site ZDNet.
Veremos mais da tecnologia quântica em breve
Com as mais recentes descobertas acerca da computação quântica, é bem provável que outros processos de finanças digitais surjam com mais frequência. Há estudos sobre o uso dessa tecnologia para pagamentos totalmente digitais (que não são feitos por criptomoedas) e até mesmo para empréstimo online, a fim de tornar os processos cada vez mais seguros.
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