Criada por start-up, solução permite reportar sobre falhas nas cidades.
O tema cidades inteligentes entra na estratégia de muitas grandes empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, que criam soluções inovadoras para apoiar prefeituras e cidadãos, mas algumas ainda não estão acessíveis ao público. Nesse contexto entram em cena as start-ups, que têm ganhado um papel importante no mercado TIC, por criar aplicações – muitas vezes gratuitas – e facilitar a comunicação entre cidadãos e cidades, fazendo jus o uso do termo ‘inteligente’.
Um exemplo disso é o Colab.re, uma rede social gratuita adotada pela Prefeitura de Curitiba (PR), que permitirá ao cidadão reportar ao órgão público sobre incidentes na cidade, ao invés de apenas ‘reclamar’ nas redes sociais e, dificilmente, receber algum retorno.
Com a rede, o cidadão pode se tornar um “fiscal do dia-a-dia”, nas palavras de Gustavo Maia, um dos fundadores do projeto, e as propostas enviadas à Prefeitura irão ajudar na gestão pública e na melhoria da cidade. “A rede social é voltada para a cidadania. Qualquer pessoa pode reportar por iOS, Android, Facebook, ou pelo site, e ‘fiscalizar’ um problema urbano, como de Iluminação com defeito. Existem mais de 20 categorias. Se ele tiver na rua, pode escolher uma foto e publicar”, explica Maia.
A iniciativa tem chamado a atenção de outras prefeituras no Brasil e no mundo, e contratos já foram fechados com Teresina e Cuiabá, mas municípios também estão na mira da empresa, como Rondonópolis, no Mato Grosso, e Altinópolis, em São Paulo. Fora do Brasil, a empresa já foi procurada por países como Chile, Argentina, EUA, Portugal, Espanha, Austrália e esse é o próximo passo da companhia: melhorar o app e investir na internacionalização. “Mas não necessariamente vamos começar desses mercados”, ressalta o gestor.
Por enquanto, a solução é gratuita e o grupo recebeu um aporte financeiro do fundo de investimentos A5, que transformou o projeto em uma empresa, e tem apoiado na conclusão desse plano. A meta de faturamento ainda não foi definida pelo grupo, mas o plano de melhoria inclui aplicações pagas, e uma das ideias é tornar a comunicação uma via de mão dupla, permitindo à prefeitura se comunicar com os moradores.
A entidade pode, por exemplo, elaborar uma enquete e entender a opinião da população sobre determinado projeto. “A gente começa oferecendo uma plataforma em que o cidadão entra em contato, mas queremos que aconteça ao contrário também, que a prefeitura busque o cidadão para ajudar na tomada de decisão”.
Metas
A empresa, que nasceu de um negócio de marketing digital, lançou o projeto em 2013, há pouco mais de um ano. “Em alguns meses ganhamos o premio de melhor App urbano do mundo, que discute e debate sobre cidades. Concorremos com empresas do mundo inteiro”, comenta Gustavo, e conta que após isso, a repercussão foi positiva entre os usuários, a empresa recebeu aporte financeiro, e hoje o time é formado por oito pessoas, e tem 24 sócios.
Para esse ano, o foco da start-up é melhorar o produto e ter mais prefeituras envolvidas com a plataforma. “Devemos terminar 2014 com o produto pronto para internacionalizar e conseguir atingir mais cidades e usuários. A meta é ter pelo menos 100 prefeituras envolvidas no projeto, até dezembro”, destaca Maia.