Antes de ser condecorado com o tÃtulo de Doutor Honoris Causa ontem (25/11), Cristiano Amon, presidente global da Qualcomm, concedeu entrevista à imprensa na qual ressaltou a importância da academia no desenvolvimento tecnológico. Ele disse que universidades norte-americanas já participam da cadeia de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Qualcomm e seu desejo é que universidades brasileiras um dia também venham a participar.
Presidente global da Qualcomm ganha tÃtulo de Doutor Honoris Causa da Unicamp
De acordo com ele, a empresa divide suas equipes de P&D por visão de curto e longo prazo. Pesquisas para novos semicondutores levam em torno de três anos e são realizadas por uma equipe especÃfica. Para desenvolver novas soluções, que levam em torno de cinco anos, é destacado outro time. Já para pesquisas que pensam no futuro da tecnologia em dez ou 15 anos, a empresa conta com parcerias com a academia, como a Universidade da Califórnia em San Diego.
É neste ponto que as universidades brasileiras podem entrar no processo. “A tecnologia encurta distâncias e nada impede ter a divisão (de P&D) no desenvolvimento de tecnologia”, disse ele, citando soluções de colaboração como forma de conectar equipes. De fato, a Qualcomm já conta com parcerias pontuais no Brasil, como no Centro de Internet das Coisas na Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens) e com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).
O próprio reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel, aponta que, ao contrário do que membros do governo federal indicam, a academia está próxima do setor privado. Ele citou o Centro de Pesquisa e Engenharia da Unicamp, que conta com investimentos privados para desenvolvimento de soluções para indústrias.
Fábrica em Jaguariúna
Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para a América Latina, lembrou que a fábrica a ser inaugurada em Jaguariúna (SP) estará próxima da Unicamp e será uma oportunidade para estreitar laços com ela e outras universidades do Brasil.
Sobre a inauguração da nova fábrica, Steinhauser destacou que a Qualcomm espera a remodelação da polÃtica pública de incentivo à indústria eletrônica. Por enquanto, a expectativa é de uma inauguração em 2020 a partir de uma joint venture chamada Semicondutores Avançados do Brasil S. A., formada pela Qualcomm e pela USI, esta última a responsável pela linha de produção. Está previsto um investimento de US$ 200 milhões ao longo de cinco anos e a contratação de até 1 mil pessoas.
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