Caixa eletrônico da Diebold não conta com painel ou teclado, mas é integrado com aplicativo para que cliente realize operação e só precise retirar o dinheiro na máquina.
A Diebold, empresa especializada em soluções para caixas eletrônicos, desenvolveu um protótipo de ATM que utiliza um aplicativo para realizar operações de saque e depósito. Sem contar com um teclado ou painel, o cliente deve usar o app para solicitar a operação, inserindo o valor a ser depositado ou sacado. Em seguida, a solução gera um QR Code que deverá ser apresentado ao caixa eletrônico para completar a transação.
O ATM conceito, chamado de Irving, foi apresentado no Brasil no CIAB 2016, evento sobre tecnologia no setor bancário realizado no mês passado, e tem previsão para entrada no mercado no ano que vem. A máquina também conta com reciclagem de cédulas e autenticação via NFC ou biometria ótica, caso o cliente prefira optar por isso.
Aplicativo do BB é o 5º mais importante para os brasileiros
Segundo o presidente da Diebold no Brasil, Elias Silva, o Irving faz parte da estratégia da companhia em se tornar cada vez mais fornecedora de software, ao invés de apenas produtos. “Hoje é 60% por 40%, respectivamente”, diz. A meta da empresa é que se torne um terço para produtos e dois terços para tecnologia.
A estratégia é válida também para o Brasil, onde a Diebold conta com cerca de metade do market share, de acordo com Silva. “O primeiro passo é trazer a automação para o país, inclusive na reciclagem de cédulas”, diz. O processo, disponível nos mercados internacionais há dois anos, consiste no uso do dinheiro depositado no ATM para saque.
O executivo explica que a implantação da tecnologia é paga pela economia de custos gerada com o custo de manutenção do ATM, elevado pelas constantes idas e vindas de equipes para colocar dinheiro na máquina e retirar os envelopes de depósito. Além disso, o cliente do banco também é beneficiado, eliminando a necessidade do envelope na operação.
De acordo com Silva, há bancos brasileiros que estão testando a reciclagem, mas existem paradigmas que atrasam a implantação, como a dúvida da adaptação dos clientes locais à tecnologia. “Porém, a necessidade de cortar custos e agilizar o processo pressionam os bancos a adoção”, afirma. “Em cerca de cinco anos, a reciclagem já deverá ser comum no Brasil.”