Análise Setorial

Recessão global é oportunidade para o cibercrime

ImageCriminosos virtuais lucram com a queda na confiança dos consumidores e com o desvio da atenção dos governos.

A McAfee divulga as conclusões do seu estudo anual sobre segurança na web, no qual especialistas, entre eles brasileiros, advertem que a recessão está provando ser uma motivadora para os criminosos virtuais realizarem atividades fraudulentas, aproveitando o clima de medo e ansiedade dos consumidores. O estudo afirma que a crise econômica está desviando a atenção dos políticos em todo o mundo e, aponta também, que a segurança virtual não é considerada uma prioridade pelas autoridades de modo a realizarem progressos contra os criminosos na Internet.

No Relatório Anual de Criminologia Virtual da McAfee, os especialistas afirmam que, se não forem destinados recursos significativos aos esforços internacionais para o combate à atividade mal-intencionada na Internet, haverá o risco de o crime virtual afetar a confiança dos consumidores, reduzindo ainda mais a velocidade da recuperação econômica global.

Por exemplo, os cibercriminosos estão aproveitando a ansiedade dos consumidores para lucrar com velhos golpes do tipo "fique rico rápido". As pessoas estão se inscrevendo para acrescentar códigos mal-intencionados em sites, atraídos pela promessa de dinheiro fácil. Ao mesmo tempo, àqueles que procuram desesperadamente por emprego têm sido recrutados como "mulas de dinheiro" para efetuar a lavagem dos lucros dos criminosos virtuais, no papel de representantes de vendas internacionais.

Outro problema identificado é a escassez de policiais virtuais. As forças policiais muitas vezes carecem de mão-de-obra especializada, fundamental para que o combate ao crime virtual seja eficaz. A ausência de treinamento dedicado e contínuo, de uma remuneração satisfatória ou de um plano de carreira transparente está fazendo com que os espiões virtuais sejam atraídos pelo setor privado ou por economias clandestinas.

Os problemas estão tomando proporções cada vez maiores, mas as autoridades policiais permanecem restritas a atuar dentro dos limites físicos nacionais. Enquanto que os criminosos virtuais agem e colaboram entre si rapidamente através de fronteiras, a comunicação das polícias entre os países se mantém inconsistente e limitada. As questões locais têm prioridade sobre os esforços globais e as leis internacionais estão sendo implementadas com variações regionais que impedem a negociação da jurisdição e da extradição entre países.

Para completar, como os governantes estão concentrados na recessão econômica, a luta contra o crime virtual passou para "o segundo plano" de suas prioridades, gerando o aumento da gravidade do crime virtual. "É preciso que os governos se comprometam com o financiamento dos recursos necessários para combater o crime virtual, aplicar leis, racionalizar esforços e coordenar ações policiais entre as fronteiras. Todos devem fazer sua parte em uma batalha global que está apenas começando, mas que continuará por todo o ano de 2009 e nos próximos, se não for adequadamente conduzida", afirma Dave DeWalt, CEO e presidente da McAfee.

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