Com poder de consumo da população ainda preservado e baixo desemprego, entidade prevê faturamento 3,5% maior em 2014.
O faturamento do segmento atacadista distribuidor, focado especialmente no varejo alimentar de produtos industrializados, além de produtos de higiene e de limpeza doméstica, apresentou crescimento real (deflacionado) de 4,2% em 2013 em relação ao ano anterior, segundo levantamento realizado mensalmente pela FIA (Fundação Instituto de Administração) para a ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados).
Segundo a mesma pesquisa, em dezembro, a alta foi de 7,5% na comparação com novembro de 2013 e de 4,7% ante dezembro de 2012. Em termos nominais, o faturamento cresceu 10,7% em 2013, comparado ao mesmo período de 2012; o crescimento de dezembro sobre o mesmo mês de 2012 foi de 10,9%; já o resultado de dezembro em relação a novembro apresentou alta de 8,5%.
A pesquisa mensal é realizada com um conjunto de empresas – equivalente a 21% do faturamento do setor – que fornecem números preliminares sobre o desempenho dos agentes de distribuição. Dados mais abrangentes, coletados com cerca de 400 empresas (quase 40% do faturamento do setor), serão divulgados em abril, durante a apresentação do Ranking ABAD/Nielsen.
“Tudo indica que o desempenho do setor atacadista distribuidor ficou acima das expectativas iniciais, que eram de 3,5%. Tivemos um consumidor mais cauteloso, preocupado com o endividamento, com a inflação e com as incertezas do cenário macroeconômico, mas que não abriu mão do seu poder de consumo”, afirma o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho.
O cenário em 2014 não deve ser muito diferente, avalia Lopes Filho. A ABAD espera um crescimento de 3,5% neste ano. “Vamos manter inicialmente o mesmo percentual adotado para 2013. Por um lado, as eleições e a realização da Copa do Mundo podem incentivar o consumo, mas não podemos esquecer os possíveis protestos, que vêm se tornando comuns, e a redução no número de dias úteis por causa dos jogos”, explica, lembrando que o setor atacadista distribuidor já está preparado para enfrentar eventuais adversidades.
Como os itens de consumo básico das famílias constituem a parte mais significativa do faturamento dos agentes de distribuição, o setor tem apresentado crescimento contínuo nos últimos doze anos, mantendo fatia superior a 50% do mercado mercearil nacional.
Estudo da Kantar Worldpanel, divulgado em outubro de 2013, indicava expansão de 2% a 3% na cesta de consumo de bens não duráveis (alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza) em 2014. O mesmo ritmo de crescimento observado no primeiro semestre de 2013. Segundo boletim da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), publicado em janeiro, o Índice Nacional de Volume, pesquisado pela Nielsen, teve variação positiva de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2012. O crescimento do volume de vendas foi mais expressivo nos supermercados de pequeno porte, que registraram 3,1% de aumento na mesma base de comparação.
“É importante frisar que os supermercados de pequeno porte são os principais clientes do nosso setor”, afirma o presidente da ABAD. De acordo com a consultoria Nielsen, 95% dos supermercados pequenos (de um a quatro checkouts) e 40% dos supermercados médios (de cinco a 19 checkouts) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras. O pequeno e o médio varejo são os que mais atendem os consumidores das classes C, D e E, cujo grande crescimento do poder de compra está mudando o perfil do consumo no país.