Automatização da rede ajuda a monitorar quedas e evitar prejuízos.
O setor elétrico, que chegou a registrar perdas de R$ 32 bilhões em um ano, tem sido castigado com a falta de chuvas, divergências políticas e renovações das concessões. Para ajudar, os ‘apagões’ são frequentes desde 2011, e para especialistas, o smart grid pode ser a escapatória para diminuição desse problema.
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A forma de medição inteligente, de acordo com o gerente do Centro de Energias da Tecpar, Wellington Wagner Vecchiatto, permite distribuir melhor o recurso, pelo fato de tornar a rede automatizada e permitir monitorar possíveis quedas. “Além disso, é possível delimitar as áreas para a distribuição de energia e evitar apagões em grandes áreas”, e o gerente de projetos do Tecpar, Daniel Fraxino, adiciona que isso gera mais segurança ao consumidor. “A geração distribuída ajuda a descentralizar a produção e distribuição de energia e evitar os grandes apagões. Por exemplo, se os hospitais gerarem a própria energia, não correm o risco de ficar sem energia”, comenta.
No dia 4 de fevereiro, cerca de 6 milhões de pessoas ficaram sem energia nas regiões Norte e Sudeste, e no dia 1º de março, foi a vez de 13 municípios do Piauí. Enquanto o governo e concessionárias garantem que todo o planejamento está em dia, o Brasil tem registrado 181 apagões desde 2011, segundo o levantamento do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), mas há analistas e especialistas contrários a essa opinião, e o tema será debatido na Conferência Internacional de Energias Inteligentes, entre os dias 7 e 9 de maio, no Centro de Exposições Horácio Sabino Coimbra, em Curitiba.
Em 4 de setembro de 2013, o Paraná assinou o Decreto nº 8842 para criação de um projeto de redes inteligentes, o ‘Smart Energy Paraná’, que promete consolidar a geração distribuída de energias por fontes renováveis ligadas a redes inteligentes.
Questão política
O governo prometeu um desconto de 20% na conta de luz e comprou uma briga com as distribuidoras, e por enquanto, e algumas concessionárias não concordaram, como a Cemig, Cesp e Copel. A falta de chuvas tem preocupado o governo, pelo nível baixo de água nas hidrelétricas, e o governo precisou colocar todas as térmicas mais caras, usadas para emergência, em funcionamento – medida que elevou o preço do serviço a R$ 822 MWh.
Esse problema e somado a falta de contratos das distribuidoras causaram prejuízo de R$ 11,4 bilhões. Se a situação não melhorar, o valor pode chegar a R$ 25,6 bilhões até dezembro. Ano passado, o prejuízo foi financiado pelo Tesouro, e o valor será repassado aos consumidores em cinco anos.
*Com informações Paraná Metrologia e Estadão