Platform as a Service permite que as PMEs tenham acesso às tecnologias que não seriam acessíveis a organizações destes portes.
O departamento de Tecnologia da Informação (TI) torna-se cada vez mais estratégico e pode ser fator primordial para determinar o grau de competitividade entre empresas de diferentes segmentos. As áreas de TI são as mais pressionadas a reduzirem custos e o grande desafio dos CEOs, atualmente, é fazer com que os processos sejam mais produtivos e eficientes com utilização de menos recursos. Não à toa, tivemos a oportunidade de acompanhar a adoção gradual de modelos de computação em nuvem dentro das companhias e o aumento da procura por alternativas mais econômicas como SaaS (Software as a Service) e IaaS (Infrastructure as a Service).
Existe ainda uma camada intermediária entre SaaS e IaaS: Plataforma como Serviço (PaaS –Platform as a Service). Este modelo agiliza o tempo de criação de aplicações, com flexibilidade e a redução de custos. Ao optar pelo PaaS, o profissional de TI pode dedicar-se ao desenvolvimento, enquanto o seu fornecedor lida com questões como o gerenciamento, atualização e manutenção de infraestrutura. De acordo com o Gartner, líder mundial em pesquisas e aconselhamento sobre tecnologia, o mercado global de PaaS pode chegar a US$ 2,9 bilhões até 2016. Essa expectativa confirma a previsão de um cenário competitivo, com a entrada de grandes empresas de software neste nicho de mercado.
O PaaS permite que as pequenas e médias empresas tenham acesso às tecnologias que, em princípio, não seriam acessíveis a organizações destes portes, pois exigem altos investimentos iniciais. Com este modelo, é possível que fornecedores de software e companhias de TI criem soluções com menos gastos e sem a necessidade de manter uma infraestrutura própria. Enquanto companhias de SaaS oferecem, em sua maioria, aplicativos já prontos, o PaaS disponibiliza a capacidade de desenvolvimento e implantação de ferramentas personalizadas de acordo com as necessidades e particularidades de cada organização. Além disso, com a plataforma como serviço é possível alocar o processamento de acordo com a demanda do mercado e dos negócios da empresa.
O Gartner aponta a existência de mais de 150 empresas que oferecem produtos parciais do PaaS, um número bastante expressivo se levado em consideração o tamanho, ainda pequeno, do setor. Por outro lado, a adoção deste novo modelo pode tornar-se morosa justamente em função desta fragmentação, já que muitas companhias ofertam funcionalidades específicas de forma, muitas vezes, isolada. Economias emergentes, como é o caso do Brasil, deverão adotar a Plataforma como Serviço de acordo com a consolidação e amadurecimento do mercado. Os Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, com economia já consolidada, representa em torno de 42% dos gastos mundiais com PaaS.
Utilizar a Plataforma como Serviço é uma tendência cada vez mais evidente. Algumas empresas já perceberam os benefícios em aderir este modelo de negócios que oferece, além de flexibilidade, escalabilidade. No entanto, ainda é preciso que o mercado atinja maturidade suficiente neste setor e, para isto, são necessários mais players focados em disponibilizar uma oferta completa. Com um mercado consolidado, as áreas de Tecnologia da Informação das companhias poderão ficar mais centradas no desenvolvimento de aplicativos e, consequentemente, as organizações poderão gerar cada vez mais negócios.
*Nei Tremarin é CMO (Chief Marketing Officer) do Mercado Eletrônico