Operadoras pretendem entregar a autoridades locais um documento com embasamentos econômicos e jurídicos contra o WhatsApp.
O presidente da TIM, Rodrigo Abreu, ressaltou ser necessário igualdade de condições de competição entre os serviços de aplicativos de mensagem e voz baseados na Internet, categoria na qual se insere o WhatsApp, e os serviços oferecidos pelas operadoras de telecomunicações.
“Existem várias discussões, e a tônica sempre é de igualdade de condições de competição dentro do mesmo serviço”, disse Abreu a jornalistas na noite de segunda-feira, após evento do setor.
“Tem que existir equilíbrio na possibilidade de crescimento para todo o setor. Não adianta privilegiar só o setor de infraestrutura, só o de aplicações e conteúdo, os dois têm que crescer de maneira equivalente, igualitária. Senão, um crescimento desbalanceado faz com que exista um problema para todo mundo de maneira geral”, afirmou o executivo.
Na semana passada, a agência de notícias Reuters publicou uma reportagem na qual mostrou que operadoras pretendem entregar a autoridades locais um documento com embasamentos econômicos e jurídicos contra o serviço de voz do aplicativo WhatsApp, de acordo com fontes da indústria. O questionamento das operadoras é em função do aplicativo utilizar o número de telefone do usuário, pelo qual as operadoras pagam impostos, diferentemente da empresa norte-americana.
Abreu evitou confirmar a informação, porém declarou que existem análises sendo feitas no âmbito do Sinditelebrasil, associação que representa a indústria. “Obviamente, tem questões que precisam ser levantadas. Essa análise está sendo feita pelo Sinditelebrasil. Não existe uma posição específica de cada empresa. Vamos acompanhar essa discussão com bastante cuidado, adaptar as nossas posições de acordo com o andamento dessas análises, assim como está acontecendo no mundo inteiro”.
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Segundo Abreu, o serviço de voz do Whatsapp é mais um dos serviços de voz sobre Internet que já existiam dentro do modelo tradicional de comunicações com aplicativos. “Então não é ele por si só que deveria ser responsável por uma grande mudança de hábito de consumo na rede. O grande responsável pela mudança de hábito no curto prazo são as mensagens, mais do que a voz sobre Internet, e isso vem acontecendo com um crescimento exponencial ao longo dos últimos anos”, declarou.