Objetivo é impedir que opositores políticos divulguem gravações que revelem casos de corrupção.
O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, anunciou que o Facebook e o YouTube podem ser excluídos daquele país, numa tentativa de inibir que opositores políticos divulguem anonimamente gravações que revelem casos de corrupção e outras irregularidades por parte do seu círculo íntimo.
Na gravação mais atual, divulgada na noite de quinta-feira, 6, no YouTube, Erdogan é ouvido ao telefone berrando impropérios ao dono de um jornal por conta de uma reportagem e propondo que os jornalistas fossem demitidos, num material que deve evidenciar as preocupações com a liberdade de imprensa e com o jeito autoritário de Erdogan.
O premiê, que desmente qualquer denúncia de corrupção, culpa seu ex-aliado Fethullah Gulen, um pregador muçulmano turco radicado nos EUA, de “fabricar” as gravações de áudio. Gulen, que também nega envolvimento, tem muitos seguidores na Turquia, principalmente dentro da polícia e do Judiciário.
“Estamos determinados a respeito desse assunto. Não deixaremos esta nação à mercê do YouTube e do Facebook”, afirmou Erdogan em entrevista à emissora local ATV, veiculada na noite de quinta-feira. “Vamos tomar as medidas necessárias da forma mais forte”, ressaltou, completando que isso só acontecerá depois das eleições municipais de 30 de março na Turquia.