Com uma população estimada em mais de 18 milhões de pessoas, o potencial de consumo dessa população ultrapassou a casa de R$ 100 bilhões anuais em 2008.
Depois de participar ativamente do cenário sócio-político-econômico mundial nos últimos anos, o Brasil, no último dia 5 de maio, deu mostras de sua evolução, pluralidade e equidade, aprovando no STF (Supremo Tribunal Federal) por unanimidade a união estável gay. Direito que reconhece a união estável entre pessoas do mesmo sexo e estende a parceiros homossexuais direitos hoje previstos a casais heterossexuais.
A decisão não deve ser comemorada apenas como uma conquista de um grupo social, mas sim, como uma vitória de uma sociedade mais justa, igualitária e desprovida de preconceitos.
Extrapolando as conquistas sociais, a união estável gay é um bom negócio para todos e promete agitar o âmbito econômico e aquecer as vendas em diversos setores.
Com uma população estimada em mais de 18 milhões de pessoas, segundo a Associação Brasileira de Turismo GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), o potencial de consumo dessa população ultrapassou a casa de R$ 100 bilhões anuais em 2008.
O consumidor com esse perfil mora nos grandes centros urbanos, tem bom poder aquisitivo, não tem gastos com filhos e geram maior demanda por cultura, gastronomia e vida noturna. Além disso, diversos indicadores apontam que esse consumidor tem preferência por um atendimento atencioso e sem preconceito, prima pela qualidade e por último se apega a questão do preço.
Empresas e produtos inovadores, que se consideram modernos, não podem excluir de seu planejamento de marketing o público GLS. Nesse caso, a questão tempo ainda não é um problema, pois existe muito espaço para as empresas avançarem nesse sentido, porém, em contrapartida a disposição e o preconceito são os maiores entraves na questão.
Empresas visionárias e desprovidas desse tipo de preconceito a tempos colhem os frutos da união homossexual, anos antes do reconhecimento pelo STF. É o caso da Tecnisa, que em 2008 teve 12% dos seus R$ 500 milhões de faturamento anual proveniente desse público, e do banco Santander, que desde 2005 não exige mais a união estável como regra de concessão de financiamento habitacional. Assim sendo os casais homossexuais, que já podiam ter a escritura no nome do casal.
O reconhecimento do STF não descortina um novo mercado, mas apenas institucionaliza um mercado consumidor existente, ávido e lucrativo, que ainda é insistentemente preterido e tratado pelo mercado com preconceito.
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*Sérgio Nardi é palestrante, escritor, especialista em gestão empresarial e autor dos livros “Atendimento de Sucesso”, “A Nova Era do Consumo de Baixa Renda”, “Marketing para o Varejo de Baixa Renda” entre outros. www.sergionardi.com.br – twitter/sergio_nardi