Setor volta a ter balanço positivo no mês de março; no entanto, queda nos preços dos itens da cesta básica demonstra uma diminuição no ritmo de consumo do brasileiro.
O setor supermercadista brasileiro começou a respirar após o susto da crise financeira. As vendas reais do último mês de março cresceram 6,45% em comparação com fevereiro de 2009. Porém, apesar da trégua, o balanço geral ainda aponta uma queda de 4,22% em relação a março do ano anterior.
A queda nos preços dos itens da cesta básica demonstrou uma diminuição no ritmo de consumo do brasileiro. Até o momento, o setor alimentício acumula uma deflação de 1,12% em 2009. Segundo o diretor da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Sussumu Honda, desde outubro o consumidor está mais cauteloso e essa queda do consumo impulsiona a queda dos preços. “A partir do momento que a crise foi realmente anunciada, as pessoas começaram a poupar e liquidar suas dívidas, o que denota mais um indicador de retomada para economia do País”.
A projeção de crescimento para 2009 está nos 2,5%, valor bem diferente de 2008, quando o setor bateu recorde de faturamento, alcançando a cifra de R$ 158,5 bilhões no ano. O estudo também apontou um crescimento de 1,5% no número de lojas espalhadas pelo País, o que corresponde a cerca de 75 mil unidades.
O relatório aponta ainda o faturamento total de 2008 das 500 maiores empresas do setor, que chegou a R$ 105 bilhões, representando 66,5% das vendas como um todo. O Grupo Carrefour lidera a lista, com uma receita de R$ 22,4 bilhões, seguido do Grupo Pão de Açúcar, com R$ 20,8 bilhões e do Wal Mart, com R$ 19,9 bilhões. Ao todo, as empresas investiram R$3,7 bilhões.
Em 2009, muitas empresas evitaram declarar os investimentos para o ano. Mas, segundo a pesquisa, a previsão é de que sejam investidos R$ 2,4 bilhões, dos quais 43,7% serão aplicados na construção de novas lojas. “ Em 2008 foram 53% dos investimentos aplicados na ampliação do ambiente físico, mas apesar da diminuição do valor, a estratégia continuará baseada na construção de lojas, já que a fatia do setor é proporcional ao investimento”, analisa Honda.