
Após um período de testes em três municípios brasileiros no ano passado, o programa “Cidades do Futuro” da Visa vai ser expandido para outras 200 cidades este ano. O objetivo é expandir o uso de pagamentos eletrônicos onde o dinheiro em papel é muito utilizado. Um estudo encomendado pela Visa aponta que pagar com cartão aumenta a formalidade da economia, aumentando o PIB do município, e diminui o número de roubo e perda de dinheiro físico. Só em São Paulo (SP), 9% dos valores transacionados em dinheiro é de notas roubadas ou perdidas.
Brasil lidera inovação e adoção de novas tecnologias na AL, segundo estudo da Visa
No piloto, realizado em Maringá (PR), Campina Grande (PB) e Belém (PA) durante três meses, houve um crescimento no uso de cartões Visa 20% superior ao crescimento médio do Brasil. A companhia atribui a esse crescimento as parcerias com empresas locais e aos parceiros digitais que levou a essas cidades.
Paulo Romariz, gerente de Comunicação Corporativa da Visa do Brasil, explica que houve campanhas de incentivo ao pagamento eletrônico em supermercados em Belém, como promoções ao usar o cartão. “Era preciso que a população testasse o cartão pela primeira vez para que perdesse a resistência à tecnologia”, diz.
Hackatons também foram realizados para resolver problemas característicos de cada município. “Em Campina Grande, fizemos um junto a prefeitura para melhorar o turismo na cidade através do pagamento”, lembra. Já em Maringá, Romariz explica que foram feitos hackatons para descobrir formas de melhorar a experiência de compra dentro das faculdades, já que a cidade é conhecida por ser universitária.
Segundo o diretor, na expansão, assim como no projeto-piloto, foram consideradas cidades fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro que demonstram grande uso do dinheiro em papel, utilizando dados do estudo “Índice de Maturidade para Pagamentos Digitais”, que criou um score para os municípios.
A expectativa é ajudar cidades que enfrentam problemas como explosões em caixas eletrônicos, que fazem bancos fecharem suas agências e deixarem o local sem acesso ao dinheiro físico. Como nesses municípios poucas empresas lidam com cartão, a população acaba tendo que se deslocar para outras cidades e acabam gastando suas receitas por lá mesmo, empobrecendo a economia de sua própria cidade.
O cenário é comum em cidades no Norte e Nordeste do Brasil, mas também cidades no interior de outros estados. Em Maringá, por exemplo, a Visa levou uma “agência sem dinheiro”, um parceiro que disponibiliza transações bancárias sem a necessidade de utilizar o papel. “O programa não é uma forma pronta. É colaborativo e depende das empresas e entidades locais”, explica Romariz, dizendo o formato ajuda a lidar com desafios locais.
Um exemplo foi o que ocorreu em Fernando de Noronha (PE). O arquipélago, que conta apenas com um local com caixas 24h e não dispõe de boa infraestrutura de rede móvel, impossibilitando o uso de máquinas de cartão, desafia os turistas a sacarem grandes quantias em dinheiro. Os riscos de perda e assalto são grandes, então a Visa desenvolveu a solução Nada, uma pulseira que permite pagamentos por contato. O dispositivo pré-pago, que pode ser carregado em local com acesso à Internet, não utiliza rede para realizar o pagamento;
Apesar de não fazer parte do programa Cidades do Futuro, Fernando de Noronha é um exemplo do que a tecnologia pode fazer para ajudar as cidades. Romariz diz que, no piloto, a Visa selecionou os parceiros, mas que agora, eles mesmo escolheram as cidades em que querem trabalhar.
Entre os serviços que a Visa vai levar os municípios, está o Caminhão Serasa Itinerante, que levará para 40 cidades brasileiras serviços como: consulta do CPF; conhecer e entender a pontuação de crédito com o Serasa Score, simular e/ou contratar empréstimos no comparador de crédito online Serasa eCred e acesso a renegociações de dívidas atrasadas e/ou negativadas com empresas parceiras do Serasa Limpa Nome Online.
Além disso, a Visa, via o seu programa de educação financeira – o Finanças Práticas – vai levar ensinamentos de educação financeira lançando uso de vídeos dentro do caminhão, além de patrocínio de uma peça itinerante para empreendedores nas principais cidades.