*Por João Zanon
A morte recente de Daniel Kahneman nos leva a refletir sobre a trajetória singular desse gigante da psicologia e da economia. Sem formação acadêmica em economia, Kahneman conquistou o Nobel de ciência econômica em 2002. Ele era psicólogo de formação e revolucionou a área ao revelar os vieses cognitivos que influenciam nossas decisões, lançando as bases para a Economia Comportamental.
Sua história é um exemplo inspirador de como a paixão e a ousadia podem levar a descobertas inovadoras, mesmo fora da zona de conforto da formação original. E se Kahneman despontou como um “ponto fora da curva”, a inteligência artificial (IA) tem o potencial de democratizar essa capacidade, permitindo que mais pessoas explorem seus talentos em áreas distintas de suas formações.
Imagine um futuro em que a IA atue como um tutor personalizado, guiando cada indivíduo em sua jornada de aprendizado. Através de algoritmos inteligentes, ela poderá identificar os pontos fortes e fracos de cada um, direcionando-o para áreas de estudo compatíveis com suas habilidades e interesses.
Assim, um futuro “Kahneman” pode surgir de qualquer área do conhecimento. Um artista pode se tornar um especialista em biotecnologia, um engenheiro pode se destacar na filosofia e um médico pode revolucionar a área de marketing. As possibilidades são infinitas, limitadas apenas pela criatividade humana.
É claro que a IA também apresenta desafios. É preciso garantir que ela seja utilizada de forma ética e responsável, para que não aprofunde desigualdades sociais ou crie novos tipos de exclusão. Mas, se encarada como uma ferramenta de potencialização humana, a IA pode ser a chave para um futuro mais próspero e inclusivo.
Ao invés de temer a IA como uma ameaça, devemos abraçá-la como uma aliada na busca por um mundo mais justo e com oportunidades para todos. Afinal, o futuro do conhecimento não se define por diplomas ou áreas de estudo, mas sim pela capacidade de aprender, adaptar-se e inovar. E nesse novo mundo, a IA será a grande propulsora da ascensão de novos “Kahnemans”, prontos para revolucionar diferentes áreas do conhecimento com suas ideias inovadoras. *João Zanon, CTO da 2GO Bank.
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