A Radware, fornecedora de soluções de segurança cibernética, aponta que os ataques de negações de serviço (DDoS) cresceram 150% em 2022. O dado está em seu Relatório Global de Análise de Ameaças de 2022, que aponta que, além de ter crescido em termos de ocorrência, eles foram mais poderosos, frequentes e complexos, abrangendo mais vetores de ataque.
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O forte crescimento pode ser atribuído em parte à digitalização, à guerra na Ucrânia e uma grande presença de novas vulnerabilidades e serviços expostos, impulsionados pelo acesso remoto ao trabalho em casa durante a pandemia de covid-19. As tensões em curso entre as principais potências mundiais também levaram a um aumento nas atividades de espionagem e ataques cibernéticos patrocinados por Estados, aponta o relatório.
O número de ataques nas Américas aumentou ainda mais intensamente, um crescimento de 212% em relação a 2021. Mais de metade dos ataques foram dirigidos a organizações na Europa, Oriente Médio e África (EMEA). As Américas foram responsáveis por 35% dos ataques, enquanto 7% dos ataques tiveram como alvo organizações na região Ásia Pacífico (APAC).
A frequência dos ataques DDoS também teve um aumento significativo e preocupante. Globalmente, as organizações mitigaram uma média de 29,3 ataques por dia durante o quarto trimestre de 2022, uma quantidade três vezes e meia maior em comparação a 8,4 ataques por dia no final de 2021
Os ataques na região da EMEA cresceram ainda mais rápido do que a média global e ultrapassaram as Américas e APAC. As organizações na região da EMEA tiveram uma média de 45 ataques por dia no quarto trimestre de 2022, quatro vezes mais em comparação com 11,3 ataques por dia durante o mesmo período de 2021.
Com um volume total de ataques globais registrado em 2022 de 4,44 PB, a Radware observou um aumento de 32% em relação a 2021, com as Américas enfrentando o maior crescimento. No ano passado, os volumes de ataques nas Américas superaram os volumes globais, crescendo 110% em relação a 2021.
Já em termos de poder, o maior ataque registrado em 2022 no mundo foi de 1,46 Tbps, o que é 2,8 vezes maior do que o maior ataque registrado em 2021. Além disso, os ataques mais longos em 2022 variaram entre 100 e 250 Gbps em uma base global, onde, em média, os ataques duraram 66 horas ou 2,75 dias.
O relatório também aponta que os ataques DDoS continuam a crescer em complexidade. Os invasores normalmente aproveitam múltiplos e diferentes vetores para aumentar o impacto e dificultar a mitigação dos ataques. Em uma base global em 2022, ataques acima de 1Gbps, em média, tiveram mais de dois vetores de ataque diferentes por ataque, o que dobrou de complexidade para ataques acima de 10Gbps. Ataques acima de 100Gbps tinham, em média, mais de nove vetores de ataque diferentes, com os ataques mais complexos alavancando 38 vetores de ataque diferentes.
Em uma base global, o setor financeiro foi o mais atacado em 2022, com 53% da atividade geral dos ataques, seguidas pelas áreas de tecnologia (20%) e saúde (11%). Mesmo em uma distribuição geográfica, os setores financeiros e de tecnologia estiveram entre as indústrias que suportaram o maior peso das atividades de DDoS.
Os ataques a aplicações Web e APIs também cresceram exponencialmente em 2022, de 128% no ano, superando significativamente o aumento de 88% nos ataques entre 2020 e 2021, sendo que os ataques de localização de recursos previsíveis representaram quase metade das atividades de ataque.
Juntos, os ataques de code injection (14%) e injeção SQL (11%) representaram um quarto dos ataques a aplicações Web. As indústrias mais atacadas foram o comércio varejista e atacadista (25%), seguidas por alta tecnologia (20%) e operadoras de telecomunicações (15%), representando juntas 60% dos ataques a aplicações Web bloqueados.
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