Economia Digital

Banco BV aposta em oferta de tecnologia bancária

O Banco BV decidiu que é hora de abrir o leque, com um empurrão da tecnologia. A instituição financeira planeja se firmar como um provedor de serviços bancários, de crédito e de investimentos para fintechs e empresas de outros setores, em linha com a estratégia de atuar como um “hub” de tecnologia. A ideia é oferecer um “motor” para quem não tem, mas gostaria de oferecer esses produtos para os clientes.

 

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O BV já está presente há algum tempo na perna de serviços bancários – o chamado “bank as a service”, ou BaaS no jargão do setor. Nesse caso, tem parcerias, por exemplo, com a Neon Pagamentos e com o Abastece Aí, programa de vantagens para clientes da rede de postos Ipiranga, para o qual oferece uma conta digital. A próxima fronteira de atuação é o crédito. A partir de outubro, o banco vai oferecer empréstimo pessoal e com garantia de veículos para os clientes da conta Abastece Aí.

A instituição financeira já contabiliza cerca de 30 parceiros na área de infraestrutura bancária, e é por meio deles que espera expandir os negócios. “Em quase todos eles também já há demanda por crédito”, afirma Rogerio Monori, diretor-executivo de atacado, banco de investimento e tesouraria do BV.

Num passo seguinte, está nos planos oferecer serviços de investimentos sob medida para parceiros. As APIs (interfaces usadas no compartilhamento de dados) estão sendo desenvolvidas e há um piloto em curso na Neon. CDBs e letras financeiras do BV e títulos “verdes”, por exemplo, podem entrar no cardápio – ajudando o próprio banco em seu objetivo de pulverizar a captação.

Em outra frente, o BV vem procurando avançar no segmento de micro, pequenas e médias empresas, uma operação em que o banco relutava em entrar. A aproximação com o mercado de PMEs se deu no ano passado, apoiada em acordos com fintechs e no Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), uma das linhas criadas pelo governo para garantir liquidez para as companhias durante a crise. A operação ganhou impulso após aporte de R$ 100 milhões na Trademaster, fintech especializada em antecipação de recebíveis.

Segundo o banco, a carteira de crédito de PME está ao redor de R$ 1 bilhão, mas a expectativa é que dobre de tamanho até o fim deste ano e alcance um patamar entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões no fim do ano que vem.

As novas frentes de negócios não significam que o banco pretenda deixar de atuar com grandes companhias. Para esse segmento, o objetivo é melhorar o “cross-selling”, ou seja, aumentar a oferta de produtos com o objetivo de incrementar a rentabilidade.

A estratégia para o segmento é condizente com o modelo que a instituição financeira, controlada pelo Banco do Brasil (BB) e pela família Ermirio de Moraes, vem perseguindo há alguns anos. No mercado de pessoas físicas, o BV também aposta em parcerias com fintechs para distribuir seus produtos e, por outro lado, usa alguns desses acordos para ingressar em alguns nichos, como o financiamento estudantil e a energia solar. Só mais recentemente a instituição passou a divulgar sua própria conta corrente, entrando em competição direta com outros bancos digitais.

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