Análise Setorial

Faturamento das MPEs cai 5,3% em março

O número menor de dias úteis no mês, por causa do Carnaval, puxou para baixo resultado dos pequenos negócios na comparação com igual mês de 2013. 

Influenciado pelo Carnaval, que reduziu o número de dias úteis em março, o faturamento real (já descontada a inflação) das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas apresentou queda de 5,3% em relação a março de 2013. A receita total das MPEs foi de R$ 45,6 bilhões, R$ 2,5 bilhões menor do que em igual período do ano passado. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.

Analisados os resultados por setores, no mesmo período, o faturamento do comércio registrou recuo de 10,9% e o da indústria de 4,6%. O setor de serviços teve desempenho um pouco melhor, com variação de +0,9% no índice.

“O menor número de dias úteis de março, por conta do Carnaval, diminuiu as oportunidades de vendas das micro e pequenas empresas, prejudicando o faturamento”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

A última vez em que o faturamento caiu em relação a igual mês do ano anterior foi em dezembro de 2013, quando a queda havia sido de 1,3%.

Por regiões, no Grande ABC o faturamento de março caiu 12,4% no confronto com o mesmo período de 2013. O município de São Paulo teve queda de 10,5% na receita. A Região Metropolitana de São Paulo e o interior registraram recuo de 9,8% e 0,4%, respectivamente.

No acumulado do ano (de janeiro a março), porém, as MPEs apresentaram aumento de 5,3% na receita real ante o primeiro trimestre de 2013. Por setores, os resultados foram de alta também. Os serviços lideraram com crescimento de 5,8%. Em seguida aparece o comércio, com elevação de 5,6%. Já a indústria teve desempenho mais modesto, com aumento de 1,6% no faturamento. “O setor ainda enfrenta problemas de competitividade, daí a dificuldade de apresentar resultados mais animadores”, diz Caetano.

Também no primeiro trimestre ante igual período do ano passado, houve um aumento de 1,8% no total de pessoal ocupado nas MPEs. A folha de salários cresceu 2%, mas o rendimento real dos empregados caiu 1,2%.

Entre os proprietários de MPEs, 57% disseram em abril esperar estabilidade no faturamento do negócio para os próximos seis meses. Em abril de 2013, esse grupo somava 54%. Já os que acreditam em melhora eram 32% em abril do ano passado e este ano são 27%. Outros 7% falam em piora ante 6% de um ano antes.

Chama a atenção a parcela dos que esperam piora na economia do País para os próximos seis meses: em abril eles representam 26% do total, o maior pessimismo desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em maio de 2005. Em abril do ano passado esse grupo era a metade disso, ou seja, 13%. No entanto, a maioria dos empresários, ou 48%, espera que a economia brasileira se mantenha estável nos próximos seis meses. Em abril de 2013, essa era a opinião de 56%. Um grupo de 19% fala em melhora ante 23% em abril de 2013.

“O mercado consumidor interno é o principal mercado das micro e pequenas empresas e o ritmo mais modesto da atividade econômica afeta o desempenho delas. Pesam nesse cenário o menor aumento real do salário mínimo ante os anos anteriores, a inflação relativamente elevada e a alta do custo do crédito”, explica o diretor-superintendente do Sebrae-SP.

 

 

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