Banda Larga

Intel: banda larga é fundamental para o Brasil

Cássio Tietê, diretor da Intel, comenta sobre 4G, LTE, WiMax e as oportunidades em mobilidade, nesta edição de Vozes do Mercado.

É realidade que, com a rápida evolução da tecnologia, os consumidores exigem, cada vez mais, qualidade e diferencial dos produtos e serviços. Na série "Vozes do Mercado" desta semana, o diretor de marketing da Intel Brasil, Cássio Tietê, em entrevista exclusiva ao Portal IPNews, comenta o que a evolução e o crescimento da demanda no setor acarreta para grandes players do mercado.
 
Dispositivos Móveis
 
O que você acha do atual mercado de notebooks e netbooks? Este tem tendência a aumentar?
 
O mercado de notebooks e netbooks no Brasil tem crescido de uma forma significativa e bastante acelerada. As nossas previsões feitas no inicio do ano vêm se confirmando. Notebooks já alcançam também a classe C, a qual somente comprava desktops até o ano passado. O crescimento desta categoria já é, inclusive, superior a 25%. O mercado de netbooks também cresceu, de 2009 para cá, 20%. Estas são duas categorias que tendem a se manter no mesmo patamar como nicho.
 
Você acha que os tablets ameaçam o mercado dos netbooks e notebooks?
 
Os tablets fazem parte de uma categoria que traz uma nova forma de uso e vai conquistar seu espaço. Já há uma média de 70 mil computadores instalados entre consumidores e corporações. Nos domicílios, as pessoas já não se conformam em dividir os computadores. Isto é um estimulante para compra de novos dispositivos. No entanto, os tablets são apenas mais uma categoria que vai encontrar seu nicho, ou seja, não vai interferir no mercado de netbooks e notebooks.
 
Você acha que, com a vinda de mais smartphones e a futura implantação do 4G, a demanda por netbooks, notebooks e tablets pode diminuir?
 
O brasileiro é midiático e voraz no consumo de tecnologia e vai aumentar, portanto, o numero de dispositivos que ele vai portar. Além disso, nós temos que olhar a chegada do 4G de uma forma mais ampla e não especificamente no smartphone. A tecnologia é muito importante no mercado de banda larga mesmo, para a conexão. Agora as regras do PNBL são mais claras e podemos dar um salto qualitativo e quantitativo da utilização desses espectros de internet. Esse aspecto do 4G ele é muito mais abrangente e gera mais oportunidades do que uma canibalização. Eu acho positiva a entrada do 4G aqui, porque cada vez q é fomentada a utilização de uma conexão de qualidade, é possível maior avanço no Plano e nos players que oferecem a cobertura aqui no Brasil.
 
Tecnologias alta qualidade para banda larga
 
O que você acha que a vinda do 4G e das redes LTE vão acarretar para as empresas fabricantes?
 
LTE, fazendo jus ao nome – evolução de longo prazo -, foi criado como uma resposta ao Wimax, no que se refere a ter uma solução de banda larga de alta qualidade. Por enquanto não temos o LTE, ainda há somente promessas. Tanto o LTE como o Wimax dependem das vontades dos incumbents. Num cenário onde ainda se tem grande demanda por 3G e por banda larga fixa, os incentivos pra que isso aconteça o mais rápido possível não estão do lado das operadoras.
 
O Wimax gerou polêmica por, aparentemente, ser uma tecnologia mais cara. Como ficará este setor, com a vinda do 4G e, futuramente, LTE?
 
A Intel sempre apostou no Wimax, porque acreditamos que, ao contrário do que todos pensam, é uma tecnologia mais barata, por não haver necessidade de pagamento de royaltie. Esta é uma solução alternativa que busca nichos, principalmente em países como Estados unidos, Coréia e Rússia. É fácil entender que existe a predominância das redes 3G e, em breve, de 4G. Mas o importante é que exista banda larga acessível de qualidade, pois isso reflete superávit no crescimento econômico. Recentemente o Gartner apontou, que no Brasil, em 2014, as TICs vão representar 10% do PIB.
 
Sabemos que o Wimax pode ser uma alternativa para muitos lugares que ainda não possuem cobertura de banda larga. Neste caso, quais os setores que esta tecnologia continua competitiva?
 
O Wimax ainda é competitivo em todos os segmentos, porque ele consegue ter uma cobertura muito grande, com qualidade boa. É meramente uma questão econômica feita pelas operadoras. O custo de migração pra Wimax também é igual ao do LTE. Esta tecnologia é extremamente viável em todas as circunstâncias em regiões de alta densidade.
 
PNBL
 
A Intel possui alguma ligação ou pensa em fornecer algum produto para suprir demanda do Plano Nacional de Banda Larga?
 
O negócio da Intel é na área de processadores. Não existe e
nvolvimento direto com relação de fornecimento de servidores para o PNBL. No entanto, colaboramos com a construção de agenda nacional de TIC. Queremos que, até 2015, cerca de 15 bilhões de dispositivos estejam conectados.
 
Aquisições
 
Recentemente a Intel anunciou compra da McAfee. Comente, por favor, a respeito do objetivo da fusão.
 
A aquisição foi estratégica, pois a Intel vive no futuro. Nossos pesquisadores estão fomentando tecnologias que serão realidade daqui uns 15 anos. Buscamos endereçar questões que fazem parte da vida das pessoas e segurança é um dos assuntos que preocupa sempre, como, por exemplo, conseguir resguardar os direitos de privacidade e dados. A cada lançamento, buscamos melhorar a segurança. Além disso, o Brasil é o país mais infectado do mundo, então esse foi um dos motivos da aquisição, para obter uma sinergia estratégica.
 
A Intel também anunciou compra da unidade sem fio da Infineon. É intenção da empresa investir no wireless? Em qual setor?
 
O mercado de PCs cresce rapidamente no mundo inteiro, principalmente em países emergentes. Sendo assim, é natural que, cada vez mais, as pessoas fiquem conectadas e que, em contrapartida nós também expandamos a nossa qualidade e serviços. Essa aquisição também tem valor importante pra Intel, a partir do momento que o mundo se torna mais móvel.
 
E quanto à parceria da Intel e Nokia, para desenvolvimento de aplicações em 3D?
 
De acordo com as nossas pesquisas, o item de número um que o consumidor busca é desempenho. Dependendo do perfil de uso, o desempenho móvel é inexorável. Então, a questão do 3D também é uma evolução natural pela riqueza da experiência visual que, cada vez mais, é um requisito dos consumidores. Hoje, por exemplo, já existem notebooks com capacidade de visualização 3D, então isto se torna uma tendência natural.
 
Connected World
 
As empresas e as pessoas já estão preparadas para o mundo conectado?
 
O Connected World é uma tendência, algo que para nós já é realidade. Trabalhamos pra que as nossas plataformas sejam robustas o suficiente pra que suportem integração, garantam segurança e, acima de tudo, assegurem que, para cada dispositivo inteligente, exista um processador adequado e que seja ecologicamente viável.
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