Adrian Alvarez, Founding Partner da Midas Consulting, explica neste artigo quais as vantagens obtidas com os jogos de guerra, como uma empresa deve desenvolvê-los e aponta quais os pontos fundamentais para o sucesso de sua realização.
O jogo de guerra ainda não tem muita penetração no mercado da América Latina; a principal razão é que as empresas desconhecem sua existência e utilidade. Mas, o que são os jogos de guerra? Um jogo de guerra é uma simulação de uma situação de negócios mediante a qual se trata de avaliar quais serão as prováveis reações de uma série de jogadores ao mesmo tempo, e seu possível impacto no desempenho da empresa.
A base dos jogos guerra está em aquele provérbio de Sun Tzu “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.” A idéia é que a empresa se transforme em seus inimigos e dessa maneira possa ver seus pontos fracos e suas fortalezas, além das estratégias mais prováveis que eles utilizarão.
Como se desenvolve um Jogo de Guerra na prática?
Todo Jogo de Guerra começa com a determinação dos objetivos que se querem alcançar, já que eles definirão o desenho do jogo e as equipes que participarão.
Uma vez definidos objetivos e atores, deve se confeccionar os playbooks ou guias pelas quais os participantes se guiarão para representar seus personagens. Uma vez escritos, os playbooks são encaminhados para os participantes ler e aprender antes de levar à prática o jogo de guerra.
O jogo de guerra na prática começa pranteando uma nova situação de negócios. Logo, os distintos times, que representam a cada um dos atores que terão una influência importante no desempenho da empresa, se reúnem separadamente para definir sua resposta mais provável tentando maximizar os objetivos do jogador que estão simulando.
Uma vez que os times trabalharam separadamente, apresentam os resultados de seu trabalho em uma sessão plenária, onde os outros times desafiam a apresentação de cada ator como aconteceria realmente no mercado.
Finalmente, os times analisam as estratégias pranteadas e extraem as primeiras conclusões desta interação.
De maneira esquemática um jogo de guerra se leva a cabo da seguinte maneira antes da prática:
Durante a prática do exercício o processo é o seguinte:
Quais variantes tem o método?
Os jogos de guerra podem ter muitas variantes dependendo da situação e os objetivos que se tenham.
Em mais de uma ocasião, por exemplo, trabalhamos simulando a fusão de dois concorrentes, primeiro simulando como iam se comportar os concorrentes antes da fusão definitiva e, como segunda etapa, após a fusão.
No mercado farmacêutico fizemos muitos jogos de guerra regionais antes do lançamento de um produto com potencial de ser um blockbuster (medicamento com vendas de mais de um bilhão de dólares) a nível mundial.
Em definitiva, as possibilidades de situações a analisar são quase infinitas e dependem só da criatividade das pessoas envolvidas.
Quais os fatores-chave do sucesso na realização?
Há três fatores chave na realização de jogos de guerra:
1) A pessoa que aplicar o programa deve ter experiência real na realização deste tipo de exercícios, por isso é aconselhável a utilização de uma consultoria experimentada no assunto como a Midas Consulting, ao menos nas primeiras duas ou três vezes.
2) Os participantes devem estar motivados para participar do exercício. O consultor pode aportar metodologia, guias de trabalho e motivação, mas se os participantes verem o exercício como algo que devem completar para contentar a diretoria, então o exercício carecerá de valor.
3) Deve existir vontade de introduzir mudanças que se provarem necessárias. Se não existir esta vontade, então o jogo de guerra não tem sentido, porque é um desperdício de tempo e dinheiro.
* Adrian Alvarez é Founding Partner da Midas Consulting, consultoria focada em Inteligência Competitiva, análise estratégica, tirada de pontos cegos e jogos de guerra em toda América Latina. Alem disso, Adrian é membro do board da SCIP (Society of Competitive Intelligence Professionals), e o sexto não estadunidense nos mais de 25 anos da SCIP em ocupar essa posição. Adrian escreve no seu blog http://inteligenciacompetitivaenar.blogspot.com/ e o seu email de contato é Adrian_alvarez@midasconsulting.com.ar