Crescimento foi impulsionado pelo setor de reposição.
Em janeiro a produção total de pneus no país foi de 5,83 milhões de unidades, com aumento de 6,8% ante o mês de 2013, alavancada pelas vendas ao setor de reposição que cresceram 16,5%, compensando as quedas na exportação e na venda a montadoras.
“No primeiro mês do ano o setor de reposição respondeu por 56% das vendas de pneus das associadas à ANIP, uma porcentagem bem maior do que nos anos anteriores, quando raramente atingiu 50% do total”, comenta Alberto Mayer, presidente executivo da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Ele explica que além da redução de 11,5% nas vendas às montadoras (equipamento original) e de 4,2% nas exportações, esse crescimento porcentual da reposição também parece indicar maior atenção do usuário com a segurança, antecipando a substituição de pneus em más condições. “Se confirmada essa tendência, trata-se de um fato auspicioso, pois ainda é muito comum ver veículos trafegando com pneus que já deveriam ter sido substituídos, criando riscos de acidentes”, diz Mayer.
A partir de janeiro a ANIP passou a contar com mais uma associada, a Sumitomo, que inaugurou sua fábrica no Paraná no último trimestre de 2013 e já faz parte dos números de janeiro da entidade. “Quando se instala um fabricante deste porte no País, é uma indicação clara de que temos um mercado em crescimento. A elevação da renda média nacional e a expansão da produção automobilística permitem a instalação de novas fábricas e de mais fabricantes”, explica o presidente da ANIP. Ele lembra que as exportações já foram substancialmente maiores e que em 2013 os pneus importados responderam por 39% do consumo aparente. “Se conseguirmos melhorar a competitividade da indústria local, que hoje é bastante afetada pelo chamado custo Brasil, vamos poder ver uma nova fase de investimentos no setor”, acrescenta Mayer.
Vendas das associadas à ANIP
As vendas totais das empresas associadas à ANIP, que incluem produtos por elas importados, tiveram um aumento de 3,9% em janeiro passando de 5,91 milhões de unidades em 2013 para 6,14 milhões de unidades em 2014. Desse volume, 56% foram para o setor de reposição, que passou de 2,95 milhões de unidades em janeiro de 2013 para 3,44 milhões de pneus no mês passado.
As exportações tiveram uma queda de 4,2%. passando de 1.157 milhões de unidades em 2013 para 1.109 milhões em janeiro deste ano. “Os pneus fabricados no Brasil tem tecnologia que atende às exigências do mercado internacional, mas as exportações são prejudicadas pelo Custo Brasil e ainda tivemos o efeito Argentina no começo do ano”, comenta Mayer.
As vendas de equipamento original também caíram, de 1,80 milhões de unidades para 1,60 milhões, entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014.
Já as importações totais caíram 5,9%, passando de 4,47 milhões em janeiro de 2013 para 4,21 milhões em janeiro deste ano. Mas as importações de pneus de carga da China cresceram 138,5% no mês, em relação a janeiro de 2013.
Balança Comercial abre com número negativo
A balança comercial do setor ficou negativa em US$ 54,286 milhões. A participação de pneus importados no consumo aparente se manteve na faixa de 39%. A importação oriunda da China teve um crescimento de 8%, sem contar pneus para duas rodas, puxada pela expansão na compra de pneus de carga. No setor de pneus para duas rodas houve, ao contrário, forte redução das importações de origem chinesa.