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Ransomware 3.0: a nova onda de ataques

Image by Pete Linforth from Pixabay

O que você vai ver nesse artigo:

De acordo com relatório publicado pela Deloitte, houve um aumento significativo nos ataques de ransomware, com 75% das organizações globais afetadas, ante 60% em 2023. Esse índice foi impulsionado por Ransomware-as-a-Service (RaaS) e táticas baseadas em inteligência artificial (IA). Com essa nova abordagem, os cibercriminosos estão iniciando uma nova onda de ransomware, que os especialistas em cibersegurança chamam de Ransomware 3.0.

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É possível definir a evolução dos ataques de extorsão como três ondas:

  1. Primeira onda: Criptografia pura de arquivos, ainda presente em 92% dos casos em 2024.
  2. Segunda onda: Exfiltração de dados com chantagem, ameaçando o vazamento de informações sensíveis.
  3. Terceira onda: Sabotagem intencional, com ataques voltados à destruição completa de ambientes — como a exclusão de máquinas virtuais, corrupção de backups, ou interrupção de serviços de parceiros.

Essa nova onda visa impedir qualquer tentativa de recuperação, forçando empresas a pagar para evitar colapsos ainda maiores. O valor médio exigido de resgate subiu 80% em relação ao ano anterior, chegando a US$ 1,25 milhão.

“Diferente das versões anteriores, o Ransomware 3.0 aposta na aniquilação digital. O objetivo não é mais apenas roubar informações e exigir pagamento, mas paralisar empresas inteiras, dificultando até mesmo a recuperação por meio de backups”, explica o especialista em cibersegurança Rafael Oneda, diretor de Tecnologia da Approach, integradora de soluções de TI para cibersegurança, conectividade e data center.

Impactos do Ransomware 3.0

Empresas de diferentes setores já foram impactadas por essa nova onda de ataques. As ofensivas estão mais rápidas e mais agressivas. Diferente de métodos tradicionais que exigiam dias para se infiltrar, os hackers agora exfiltram grandes volumes de dados em menos de uma hora em quase 20% dos casos, segundo relatório da Palo Alto. Isso reduz drasticamente a chance de reação por parte das equipes de segurança.

O pagamento do resgate também não é garantia de sucesso. Apesar de 40% das vítimas pagarem resgates, apenas 65% recuperaram acesso total aos dados, evidenciando os riscos da cooperação com os criminosos. Setores como Saúde e Educação foram os mais visados, e a tripla extorsão (criptografia, vazamento de dados e DDoS) emergiu como nova tática. A adoção de estratégias como Zero Trust e backups imutáveis têm sido crucial para mitigar impactos.

O que fazer?

Diante desse cenário, o especialista da Approach reforça a necessidade de estratégias robustas de proteção. Segundo ele, uma das medidas mais eficazes contra esse tipo de ataque é a imutabilidade dos dados de backup. Isso significa que as informações não podem ser alteradas ou apagadas, garantindo a recuperação mesmo após uma invasão.

Além disso, outras práticas são essenciais:

  • Backup seguro e offline – manter cópias de segurança inacessíveis impede que os dados sejam corrompidos ou sequestrados.
  • Arquitetura Zero Trust – restringir acessos internos e verificar continuamente usuários e dispositivos minimiza os pontos de vulnerabilidade.
  • Monitoramento contínuo – soluções de detecção e resposta rápidas permitem identificar ameaças antes que causem danos irreversíveis.
  • Plano de resposta a incidentes – empresas que possuem estratégias claras de contenção e recuperação têm mais chances de minimizar impactos.

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