Projeto enviado ao Congresso pretende rever a política de vistos H-1B, utilizado por profissionais qualificados. Em paralelo, também está sendo orquestrado um aumento do salário mínimo de US$ 60 Mil para US$ 100 Mil por ano, com fortes multas para empresas que desrespeitarem a determinação.
O Congresso norte-americano avalia um projeto orquestrado pela equipe do presidente Donald Trump para exigir a revisão de uma série dos programas de visto de entrada nos Estados Unidos. Segundo reportagem da TyN Magazine, o objetivo do projeto é criar uma espécie de reserva de mercado de empregos para os norte-americanos, garantindo prioridade e proteção de “empregos, salários e bem-estar dos trabalhadores americanos”.
Mercado de TI oferece novas opções de carreira
O projeto não destaca qualquer indústria, mas especialmente as empresas de tecnologia são afetadas por possíveis mudanças no programa de vistos H-1B, para trabalhadores altamente qualificados.
Os líderes do setor de TI argumentam que os profissionais estrangeiros são importantes e já vinham pressionando o governo para aumentar os vistos disponíveis para 85.000 vistos por ano.
Se o projeto for bem sucedido, haverá sérias consequências para o setor de tecnologia contratar talentos internacionais nos EUA, de acordo com um post no CEO LinkedIn da GoDaddy, Blake Irving. “A economia americana inteira está em jogo com este projeto”, disse Irving. Segundo o executivo, há uma necessidade de 500.000 pessoas altamente qualificada em TI e computação em os EUA.
Ao mesmo tempo, os republicanos avançam com o projeto de revisão de vistos no Congresso e, possivelmente, reduzir o número de imigrantes legais admitidos no país. É uma mudança impressionante no discurso até aqui concentrado em medidas para combater a imigração ilegal, de acordo com reportagem publicada pelo The Wall Street Journal (WSJ).
Várias empresas de tecnologia dependem fortemente do programa H-1B e já estão irritados com a ordem do presidente Donald Trump para bloquear a entrada de povos de sete países predominantemente muçulmanos nos EUA, como parte dos esforços anti-terrorismo da administração.
Empresas como Google, Apple e Uber Technologies já manifestaram preocupação com o efeito da decisão de barrar imigrantes nos EUA, e alguns disseram que a política violou os princípios pessoais e da empresa.
O CEO da Amazon, Jeff Bezos, foi um passo além, garantindo que a empresa iria trabalhar com os legisladores para contrariar a ordem.
Alguns entendem que a nova ofensiva atinge diretamente as empresas de terceirização, incluindo várias da Índia, que dependem fortemente de vistos H-1B e normalmente pagam salários mais baixos do que as empresas de tecnologia nos Estados Unidos.
No Congresso, um outro projeto de lei bipartidário pretende punir, com pesadas multas, as empresas que buscam vistos H-1B, aumentando de US$ 60.000 para US$ 100.000 por ano o salário mínimo a ser pago aos trabalhadores.