O Encontro do Varejo de Materiais de Construção (VMC), realizado durante a feira de construção civil Feicon na semana passada em São Paulo, atraiu uma série de palestrantes para explorar o papel da Inteligência Artificial (IA) no varejo. Dados da Neogrid destacam que o uso da IA no processo de precificação do varejo, por exemplo, pode gerar um aumento médio de 50% no lucro, 24% na receita e 15% na margem.
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Lu Carmo, fundadora do Fórum Mulheres na Construção e empresária do setor, ilustrou o impacto da IA por meio de exemplos práticos, como o uso da assistência virtual pela The Home Depot. Segundo ela, a empresa já realizou 1 milhão de consultas respondidas por assistentes virtuais, havendo 85% de taxa de precisão das respostas e 30% de redução no tempo médio de retorno ao cliente, resultando em 5% de melhora na margem de lucro. Lu Carmo informa que é 20% mais alta a taxa de conversão de produtos recomendados por IA, com 10% de aumento no tíquete médio dos clientes que interagem com a personalização.
Para conseguir resultados como esse, antes é preciso adotar a tecnologia. O estrategista de IA, Fernando Ferreira, apresentou um guia prático para lojas de materiais de construção utilizarem a IA como aliada. Ele cita o Chatbase como ferramenta de dados, entre outras aplicações práticas da IA. “O limitador de uso da IA é a capacidade de fazer perguntas; é preciso ter mais vocabulário. Portanto, a capacidade do seu time de fazer as perguntas certas é o que precisa ser treinado agora”, disse.
Rodrigo Nery, da Serban Brasil, destacou a importância de compreender os desafios específicos de cada empresa antes de implementar soluções baseadas em IA. Ele citou o desafio de implementar melhorias na ONG Mulheres na Construção com o uso de informações analíticas. “Quando você consegue trabalhar com o apoio de informações, entende melhor o seu cliente, e o prepara melhor para pensar como organização”, define.
“Precisamos de respostas rápidas. Se começamos com caneta e papel, agora temos uma megaferramenta para nos auxiliar a ajudar a todos”, disse Bia Kern, presidente da ONG Mulheres na Construção, que já formou mais de cinco mil mulheres no segmento da construção.
O uso da IA na precificação e previsibilidade da demanda no varejo
Dionaldo dos Passos, diretor de Supply Chain na Neogrid, discutiu estratégias para utilizar a IA na precificação inteligente e previsão de demanda, enfatizando a necessidade de uma abordagem direcionada e orientada para os desafios comerciais específicos de cada empresa. “Preço não é um problema matemático, é uma questão de compreensão. Poderíamos gerar mais lucro com a precificação inteligente”, afirma.
Ao falar sobre a IA na jornada da experiência com o cliente no varejo, a palestrante Grazi Sbardelotto, VP of Marketing Cloud na Pmweb, destacou várias aplicações práticas da IA na melhoria da experiência do cliente, desde a otimização da força de trabalho até a previsão de estoque, enquanto enfatizava a importância de manter a inteligência artificial invisível e centrada no cliente. “Existem muitas ferramentas fáceis de usar, mas devemos ter cuidado, principalmente com relação aos dados, e também ela não deve transparecer que é uma IA, tem que ser inteligente e não artificial”, sugere.
Desafios e oportunidades na jornada da IA
A Profª Dra. Regiane Romano destacou a importância da governança e da capacitação das equipes na jornada da IA. “Temos que acabar com o gap tecnológico e treinar as pessoas. As pessoas são a base de todos os negócios, sem isso não vamos funcionar”, disse.
Portanto, para ter sucesso nos negócios, ainda é fundamental focar nas pessoas. “Os negócios não vendem produtos, são as pessoas que vendem. Os negócios não tomam decisões, são as pessoas que tomam. E os negócios não criam relacionamentos. Quem cria esses relacionamentos são as pessoas”, conclui Regiane.
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