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Países aumentam índice de acesso à Internet, mas potencial não é explorado

Apesar da maior disponibilidade do serviço, propiciada graças à banda larga móvel, grande parte da população mundial não o utiliza.

internetA ITU, consultoria especializada em tecnologias de comunicação e informação (TIC), divulgou na semana passada seu relatório sobre desenvolvimento de TICs. O documento, chamado Measuring the Information Society Report?, aponta que quase todos os 175 países cobertos pelo estudo aumentaram seu índice de desenvolvimento TIC (IDI).

Sem revelar os índices, a ITU aponta que o país com maior desenvolvimento foi a Coréia do Sul. Completam o top 10 outras duas economias asiáticas e sete países europeus. Já os países que mais melhoram sua infraestrutura e acesso foram os caribenhos Granada, São Cristóvão e Nevis e Dominicia.

Na América Latina, os países que se destacaram foram a Bolívia e o México, mas os demais também cresceram. Segundo o relatório, o aumento também foi motivado pela expansão das assinaturas de banda larga móvel.

75% do uso de internet em 2017 será através de dispositivos móveis

Brahima Sanou, diretor do gabinete de Desenvolvimento das Telecomunicações da ITU, aponta que o crescimento dos IDIs foi ocasionado pelas melhorias realizadas nas tecnologias de acesso, com a banda larga móvel como principal responsável. “Isto permitiu que um número crescente de pessoas, em particular de países em desenvolvimento, se juntassem à sociedade da informação e se beneficiassem de muitos serviços e aplicações fornecidos através da Internet”, afirma.

Dados da ITU mostram que, no final deste ano, existirão o mesmo número de assinaturas móveis que pessoas no mundo, sendo que 95% da população vive em uma área coberta por rede móvel.

IDI é crescente, mas potencial da Internet não é totalmente explorado

A expansão das redes 3G e 4G tem facilitado o acesso à Internet, mas, mesmo com boa parte da população mundial vivendo em áreas cobertas, apenas 47% utilizam realmente a rede mundial de computadores. Embora a infraestrutura seja crucial, os preços elevados permanecem como o principal desafio.

Nos países em desenvolvimento, cerca de 20% da população, em média, ainda não usa um celular. E é o custo do aparelho a maior barreira para os usuários sem o acesso à banda larga móvel, não o preço do serviço. Por outro lado, nos países com menos desenvolvimento, o preço dos dispositivos tem caído cada vez mais, com queda de 20% no ano de 2015, influenciado pelo aumento de planos pré-pagos que empacotam SMS e ligações locais.

Outro problema é a educação. Usuários com índices mais elevados de aprendizado usam serviços mais avançados, com e-commerce, bancos digitais e governos online, enquanto os de países com menores índices utilizam a Internet para comunicação e entretenimento.

Ainda de acordo com a ITU, é preciso que os países abordem políticas para ajudar as pessoas a tirar o máximo do potencial da Internet. “Isso está de acordo com a abordagem de desenvolvimento integrado, como o adotado na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 (tratado da ONU assinado em 2015), que destaca que os desafios do desenvolvimento estão ligados e não podem ser alcançados de forma isolada”, diz Sanou.

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