A diversificação do espectro de operadores envolvidos na implantação da internet de quinta geração (5G) no país foi um dos resultados positivos do leilão do 5G, que terminou nesta sexta, dia 5. Essa é a avaliação feita pelo coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS) da FGV Direito Rio, Luca Belli. Das 11 operadoras que compraram as faixas leiloadas, seis são novas na atuação do serviço móvel no país.
CONTEÚDO RELACIONADO – Leilão do 5G movimenta R$ 46,7 bilhões, R$ 3 bi a menos do Anatel esperava
As faixas relacionadas às grandes cidades foram arrematadas pelas operadoras mais tradicionais, que atuam com abrangência nacional, como a Claro, Vivo e a TIM. Já as áreas periféricas e do interior do país ficam para as novas operadoras. Como já dispunham de uma rede de infraestrutura de fibra nas regiões mais afastadas, as novatas, explica o professor, podem colaborar de maneira substancial para expansão do 5G no país.
“O espectro é necessário, mas não é suficiente, em si, para transmissão de dados. Além de usar faixas de espectro, as operadoras precisam de infraestrutura física: novas antenas e estações rádio com roteadores 5G serão necessárias, e essas antenas devem ser conectadas – por uma rede de fibra ótica – para o 5G funcionar. Também serão necessários aparelhos compatíveis com esse novo sinal para aproveitar os recursos que a nova tecnologia oferecerá”, lembra o professor.
De acordo com as normas da Anatel, o 5G deve começar a funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal a partir de julho de 2022. Para as cidades com mais de 30 mil habitantes o prazo de implantação é julho de 2029. No entanto, o coordenador do CTS da FGV Direito Rio assinala que inicialmente os principais setores impactados serão os produtivos, como a indústria e o agronegócio.
“O 5G vai ter um impacto significativo na internet industrial, proporcionando a automatização de setores da economia, como a indústria e o agronegócio. Na vida cotidiana do consumidor, no entanto, essas mudanças ainda devem demorar pelo menos uns três ou cinco anos. Somente quando tivermos serviços e equipamentos de realidade virtual e realidade aumentada – aquilo que está sendo chamado de ‘metaverso’ – comumente accessíveis é que veremos com mais ênfase os impactos do 5G no nosso cotidiano”, completou Luca Belli.
Participe das comunidades IPNews no Instagram, Facebook, LinkedIn e Twitter.